October 21, 2007

31ª mostra internacional de cinema de São Paulo


Então. Minha animação durou só o trajeto de casa!

Comprei o programa (R$2,00) lá no Conjunto Nacional e vibrei demaaais com a seleção de mais de 350 filmes que a mostra oferece! Mais do que rápido comprei um café (mais R$2,00) e comecei a assinalar todos os que eu gostaria de assistir. Minha preferência (e completa animação) foi em relação aos filmes feitos na Índia, no Marocos, na República de Mali, na República de Burquina Fasso, no Egito, na Macdônia, na Costa do Marfim, em Bangladesh, além, claro dos latino-americanos! Estava curiosíssima pra conferir qual é a desse cinema pouco convencional. Curiosidade foi pouco! Além, claro, dos mais tradicionais, como os americanos, os italianos, os franceses (que ganhou um bom espaço na mostra) e os brasileiros que em mostras nacionais sempre vêm em peso-entre outros.
Volto pra casa (mais R$2,30 do bus) e vou ver o preço dos ingressos no site.

Assinalei cerca de 27 filmes que gostaria de ver e fiquei pasma ao saber que teria que gastar R$8,90 por ingresso, sendo estudante! Ah, você não é estudante? Pior pra ti, que pagaria R$15,40 por ingresso. Ou seja, meus 27 filmes, pagando meia-entrada, somariam mais de R$240,00! Apenas 27 dentre uns 350!!!

Cara*@&! Qual o intuito dos organizadores dessa mostra? Permitir que todos os filmes possam ser largamente conferidos por várias pessoas ou simplesmente lucrar elitizando um festival maravilhoso que acontece na capital cultural da América Latina?! Nem me respondam! Francamente. Eu daria mais valor à difusão cultural, permitindo que produções ricas fossem conhecidas, curtidas, realmente apreciadas. Que pessoas cinéfilas como eu pudessem assistir todos os filmes que gostaria e não somente uma meia-dúzia, que pudesse listar seus prediletos, conhecer novos diretores, ganhar mais cultura! Assistir um filme em línguas completamente diferentes, conhecer pontos de vistas não-usuais, enfim... Aproveitar a riqueza que esta mostra oferece.

Shame on you. Decepcionante. Postura muito errada desses organizadores. Mais uma forma de criar desinteresse no povo brasileiro que já não é lá um grande consumidor de cultura. Fora que eu não conheço ninguém (dentre meus muitos conhecidos) que gastariam para assistir mais de 3 filmes da mostra por conta do preço, mas que com certeza ficariam tão revoltados quanto eu por não poderem conferir todos os filmes que gostariam. Daí vem um e diz: "Ahhh, mas depois vc pode ir locando na 2001...!" e eu digo que sim, posso locar alguns sim, com certeza - não duvido de que vários posso achar por lá! Pagando, se não me engano, R$8,00 e pouquinho por filme poderia locá-los (preço da locação nessa locadora). Qual a vantagem? Em locadoras normais eu não vou jamais achar tais filmes que me interessaram na mostra. E não, a dificuldade de encontrá-los por aí não me fará desembolsar tanta grana com ingressos. Um grande HUMPF! para os organizadores da 31ª mostra internacional de cinema de São Paulo.

Queria que já viesse mastigado

Dessa vez eu gostaria de encontrar escrito em algum lugar porquê eu estou como estou. A vida ficou estranha. Cara, do nada. Bateu uma insatisfação terrível. Pode ser que seja depois de ser lembrada de que não ter apoio afetivo é barra. Provavelmente é isso, já que meus olhos enxeram-se de lágrimas quando eu digitei isso. Não falo de amigos ou família. Mas sim daquele pedaço de outra pessoa que costumava enxugar minhas lágrimas no metrô ou segurar minha cabeça contra seu peitoquando eu precisava. Que me deixava chorar sem fazer muitas perguntas e que me beijava e me jogava sorrisos afetuosíssimos. Ele me puxava pra dento da floricultura e dizia "seu quarto está sem flores... escolhe", perfumando meus dias. Agora eu tenho um cachecol que não alivia mais muita coisa, uma pilha de bichinhos de pelúcia que me encaram, um CD roubado dele que eu não quero mais ouvir, um livro já lido e com uma dedicatória forte na estante, milhares de lembranças e cartas em francês que já decorei as traduções faz tempo. Ah, e toneladas de carinho.
Ontem com ela relembrei que nesse processo louco, que cada uma de nós temos, o que não vale é reprimir sentimentos, engavetando e sorrindo por aí. O negócio é tentar se resolver, pra não chegar no ponto de ter que gritar "por favor, não me deixe atingir o chão". Às vezes leva anos, especialmente para cancerianos. Só sei que por enquanto eu dou risada na balada enquanto recebo cantadas fenomenais como "Oi, sou leonino... e vc? (respondo que canceriana) ... Nossa, perfeita!" e tento me divertir com o melhor que tenho, apesar da confusão que tem me causado enxergar o melhor que tenho. Ou não enxergar. Tenho tentado ser o mais realista possível. Que coisa complicada. Perdas e ganhos. Maximização de benefícios e minimização de custos. Desapego e aceitação. Querer é poder. O valor do pensamento positivo e a porra do segredo. Às favas. Dá um tempinho, vai...
Talvez seja novamente só mais um daqueles momentos em que precisamos ser encostados na parede para ouvir alguém nos dizer todas as nossas qualidades. Preciso sim de um pouco de auto-afirmação agora. Meu ego anda meio falseta. Meu bom-humor é verdadeiro, mas ele se contenta com pouco. Meu fôlego anda curto e lento. Assim como meus dedos, minha paciência, meu cérebro e o pensamento do desafortunamento. Fria tenho certeza de que não estou me tornando... e como não! É até o contrário, ando mais intensa do que nunca. Mas a desatenção anda até tirando o sono. Não estou bem, mas só preciso de um momentinho. Sem porres, sem choros intermináveis. Sem desesperos enormes. So quero desanuviar a minha cabeça. Nem é pedir muito... Clara, precisa, acho que não. Um turbilhão vagaroso pelas ruas.
Falta vontade de me arrumar para estar bem apresentável amanhã no almoço de família.
Eu podia ao menos querer me arrumar pra mim, né? Ai, que caótica.

October 16, 2007

Take a deep breath!

OXYGEN IN MY HEAD.

Logo mais compilação de tudo que andei vendo essa noite em que declarei greve e não fui pra faculdade por falta de atividade cerebral que valesse alguma coisa! Precisava e uma rehab por aqui, pra ressucitar minha dignidade intelectual! rs

October 07, 2007

Sunday Night

Domingo é um dia tão estranho pra mim... fico vagando e divagando pelo espaço, na espera de alguma resposta pros momentos que estou vivendo. Mas não há respostas quando as suas perguntas não estão definitivamente claras pra vc mesma! Me diverto com as coisas inusitadas dessa minha vidinha cara.... amigas casadas, amigas separadas, discussão de relação que surte efeito, mensagens de celular ridiculas, bebedeiras e uma grande pilha de coisa pra estudar.
To pensando que eu devia saber mais dos homens do que efetivamente sei. Não quero me iludir nessa altura do campeonato não cara. E no mais, meu time já foi pra terceira divisão e tá jogando futebol de varzea faz tempo!!!
Eu devia fechar pra balanço e resolver a varias pendencias da minha vida... devia tomar vergonha na cara e virar alguem com um pouco mais de sensibilidade e esperteza... Sou tão ingenua que acreditei no mito do romance moderno... Pode?
Homens são criaturinhas estranhas e particularmente perversas comigo. Nao to merecendo isso não, de verdade. NÃO TO PODENDO com essas coisas não.
E agora, ainda é domingo a noite, daqui a pouco começa a musiquinha medonha do fantastico, eu to aqui, fumando igual a uma condenada e tentando não surtar geral pra começar a semana com sanidade 100%.

October 01, 2007

Da generosidade com a minha própria vida

Ah, mas não é novidade para aqueles que me conhecem que a fase por aqui é de transição. Mas apesar dos pesares (e como pesaram esses pesares!), depois de tomar lindo na cabeça e ainda tentar ridiculamente – só agora percebo quão ridículo foi –enganar à todos à minha volta, os que me amam incondicionalmente, dizendo que estava tudo bem e que estava conseguindo sair por cima de todas as situações-problema que andava tendo, parei. Parei mesmo de botar cartazes e luminosos na tentativa de convencer os outros de que tudo estava muito bem e, ao mesmo tempo, me cobrando incansavelmente uma atitude firme, bem de homem, sabe? Cara, que grande homão frouxo eu me saí! Daqueles bem bombados, grandões com tatuagem da marinha no peito, que falam muito grosso mas que tropeçam fácil, fácil quando ganham um coração partido, não apenas por causa de um amor –que não era bandido-, mas também pela teimosia. Putz, deveras por causa da teimosia! Que cabeça dura que eu sou.
Daí, entrei na repaginação – ou reabilitação moral, como diria a Aly – e abri o jogo com a minha família, com medo de ouvir o sermão do Padre Vieira em edição rara, revista e ampliada, daquelas obras revisitadas e comentadas, levando inclusive um prefácio cabuloso escrito pelo Papa – o papa já falecido, claro. Todo um luxo, até na hora de se ferrar lindo encarar conseqüências dos meus atos omissos. Fui lá. Chegou num ponto que eu não conseguia mais esconder. As coisas estavam desandando demais por cauda disso. Liguei. Liguei e conversei com a minha super experiente vovó Ada que, para deixar minha cara no chão e me fazer escorrer pelo ralo imaginário, me compreendeu por inteira. Isso depois da madrinha já ter me ligado dizendo tudo que eu precisava ouvir e sem eu ter aberto a minha boca pra informá-la. Não, ninguém foi lá contar pra ela e ela também não tem espírito santo de orelha – ela é apenas a minha mãedrinha. E eu que achava que essa seria a parte mais simples, a de olhar com a cara limpa pra família, que ilusão retardada e vesga essa. Que container tirado das minhas costas.
Certo que ainda ando tendo certas dificuldades em transpor algumas barreiras, mas juro que estou trilhando o caminho iluminado, mesmo que às vezes seja forçosamente. Sabe como é, velhos vícios são tão intrínsecos. Tenho certeza absoluta que só estou conseguindo aos poucos me reabilitar moralmente por causa da imagem idealizada que reconstruí de mim mesma. Deu até vontade de acordar todo dia às 5 da manhã pra viver bastante. Quando, lá no título, falei em ser generosa com a minha vida não estava brincando e nem brincando de formular porcamente uma frase legal pra por no título. É sério. Menos cobrança+mais abertura=cabeça muito mais leve e imagem mais clara de mim mesma. Mais uma vez estou parando pra pensar no que quero fazer da minha vida e onde quero chegar. Sinceramente? Às favas com as convenções e com as cobranças multilaterais! Eu ainda não sei, agora aos meus 22 anos, o que eu quero fazer pelo resto da minha infalivelmente sensacional vida! Só sei isso, apenas isso, que ela TEM que ser infalivelmente sensacional. Mesmo se tivesse receita, eu não a seguiria. Prefiro diretrizes, muito mais flexibilidade, não quero nada como Tenha uma Vida Infalivelmente Sensacional em 8 Passos.
Vocês sabem o que eu sei hoje? Que a minha mente não se cansa de absorver conhecimentos, que eu sou uma consumidora ávida de cultura – irrestritamente falando, que todos os meus planos futuros requerem muita maturidade e muita vida já passada para que eu possa vivenciá-los – Experiências – e que tudo que eu quero é continuar estudando e quero sim, agora que muito problemas foram resolvidos e muitos caminhos abertos, voltar a trabalhar com algo que agregue coisas boas, que eu continue crescendo e sendo generosa com a minha vida. Se não for assim, se eu não cuidar de mim primeiro, onde será que eu vou chegar? Os que me cercam vão certamente usufruir dos louros dessa minha generosidade pessoalista. Já tenho uma vida infalivelmente sensacional, só me falta ser menos cabeçuda e me permitir. Ou melhor, permitir que ela seja ela mesma. E que eu seja eu mesma: essa coisa multi-culturalista, quase universalista, que não se cansa facilmente. Nem de sentir saudades. Que não faz idéia do que gostaria de fazer imediatamente, mas que adoraria começar a ganhar muito dinheiro que banque toda essa avidez, vocês sabem que já não seria fora do tempo.