July 29, 2009

Sobre o Timing

Pela Wikipedia: The act of measuring the elapsed time of something or someone...
O Timing é aquilo que se liga ao que devemos fazer, no geral. Mas, no fundo, o Timing mais importante está relacionado às coisas que queremos fazer, aos nossos desejos de coração, às demandas das pessoas que amamos e às nossas próprias de quando desejamos algo que aconteça conosco ou para nós, seja vindo dos outros ou de nós mesmos. Nossa percepção muitas vezes é falha e é exatamente por isso que temos que estar em sintonia com os acontecimentos, processos e andamento do que importa, pois, uma vez que o timing passa, ele passa. Perder aquele momento especial não tem volta. Meu avô já dizia: existem três coisas que não se pode voltar atrás – a bala depois de atirada, a palavra depois de proferida e a oportunidade depois de perdida. O Timing exato tem a ver com tudo isso. Quando o perdemos, já era a oportunidade de estar lá. E isso acontecendo, nossa, como é ruim.
Nosso Timing está ligado à percepção e à mensagem que recebemos de fora. O ideal seria que nossa percepção e mensagens recebidas fossem claras e fáceis, mas geralmente não é assim. Logo, demanda esforço não perder o bendito Timing, nosso reloginho interno que nos desafia a sermos atenciosos, zelosos e conscienciosos. É ele que nos proporciona aqueles momentos memoráveis e aquelas melhores lembranças dos dias em que não o perdemos e participamos de algo gigantesco. Essa coisa gigantesca às vezes é nada mais nada menos atender a um “preciso de você” oculto em conversas leves ao telefone, mas que são pedidos de socorro para situações limite, situações tensas e pesadas, quando precisamos que o outro perceba e participe do Timing da coisa.
Nosso mundo é muito rápido. Rápido demais pra sermos eficazes o suficiente para não perdermos o Timing de tudo que nos chama, das coisas do coração que nos envolve e envolve os que amamos. Eu, pelo menos, às vezes sinto muitas demandas no ar, especialmente em relação à mim mesma, que não pego. E isso também acontece em relação aos outros. Somos sempre mestres em gerar expectativas, mas esquecemos que a mensagem importa mais do que tudo. Cobramos a nós mesmos e aos outros por Timings diferentes. Às vezes, não é tarefa fácil essa coisa de comunicação. Parece simples, mas o radar emocional é de cada um e todos se confundem muitas vezes, resultando no Timing que dá tchauzinho ao virar a esquina. E não adianta correr atrás, porque esse ingrato não volta pra você. Mas ele deixa um post-it que diz: não perca os próximos. Just be there.
É o tempo daquele olhar, daquele desejo de atenção e de respaldo emocional que queremos do próximo, aquele ombro que tem que vir! Ele tem mesmo que vir! Aquela necessidade de percepção alheia, afinal, a demanda acaba sendo tão grande! Como não percebem? Por pura desatenção que se confunde com leviandade. É não perder a oportunidade de se fazer presente, de sair com aquela pessoa, de dar aquela chance, de dizer que sim! Sim, eu vou, sim, eu quero... sim, sim, sim! Sim, eu estarei lá. Não vou deixar passar o sentiment daquel momento, não vou deixar a desejar, nõ vou nos decepcioar. É assim que funciona: interesses atendidos, interesses afetivos que são sim necessários. Demandas, vontades, desejos, chame como quiser, não importa o caráter da coisa, é simplesmente o Timing. Depois dele, perde o sentido.

July 17, 2009

drama cotidiano surreal latino-americano

hoje eu acordei
é dia do meu aniversário
estou apaixonada
por um homem que eu não conheço
ele parece um sonho azul
infinito, como um dia de verão imortal e limpido
ele é doce
ele é bala de coco, doce de leite
ele é citrico
e me lembra a infância mais bela, mais açucarada
eu me perco na engraçada articulação de meus pensamentos
tão infantis, tão inacabados
gostaria de te-lo por aqui
por que eu o desejo a-r-d-e-n-d-e-m-e-n-t-e
eu o espero
temperando meu discurso pra quando o encontrar
quero ser idealizada
como eu o idealizo
como eu o quero
sexo, juventude e outros acidentes
temperança, musicalidade, controle do imaginário