As excentricidades e defeitos das pessoas são geralmente demonstradas nas pequenas coisas. Como o meu egoísmo, por exemplo. Tenho o péssimo defeito de aumentar a boa vontade quando é algo que me atinge, ou que afague meu ego, que tenha reflexos positivos pra mim. Talvez todo mundo tenha algo assim, talvez ninguém seja 100% autruísta.
Depois de um mês fazendo tudo e recebendo muita coisa única e exclusivamente pra mim, voltar pra casa foi engraçado. Quando você está longe não precisa se preocupar em ajudar sua mãe nas tarefas diárias ou ligar para os seus amigos com uma certa freqüencia para manter contato e saber se eles estão vivos. Não precisa se preocupar em ajudar ninguém com tarefas que a falta de tempo deles exige um pouco de solidariedade do outro. Aliás, acabei me preocupando um pouco mais com essa dicotomia egoísmo x solidariedade.
Aristóteles estava certo. As pessoas de melhor caráter são definitivamente aquelas que agem na direção do bem simplesmente pois gostam de agir em direção ao bem. Não como a maioria das outras que tem de se esforçar para agir de tal maneira e quando o fazem se sentem como deixando de fazer algo por si para fazer pelo outro. Senti-me péssima quando me peguei pensando dessa maneira com uma freqüencia maior do que antigamente, ou melhor, antes da viagem.
Preciso começar a exercitar mais meu lado autruísta, inclusive pq o que eu sempre critiquei em um outro foi sua atitude egoísta. O egoísmo simplesmente não combina comigo. Ainda bem que me lembrei disso a tempo. Ganhei tanta coisa boa na viagem, umas companhias tão perfeitas que podem com certeza virar amizades verdadeiras. Na realidade uma já virou. Uma já tenho carinho extremo. Daí me vem aquela história da responsabilidade pela cativação, sabe? Então. Lá vem minhas exarcebações, minhas intensidades loucas.
Ah, e outra coisa...
Essa coisa de ter relacionamento relativamente perfeitamente estável com uma pessoa relativamente extremamente bem aceita por todos é uma coisa complicada. Depois que acaba seu patamar de exigência se eleva demais. A não-auto-permissão em relação à outros possíveis pretendentes ocorre automaticamente. Não é por fazer comparações, é por simplesmente buscar no novo algo que te assegure o passado. Ou melhor, o que te fazia muito bem no passado. Preciso sim é me lembrar de que qualidades e defeitos todos tem. Os do presente e os do passado. Coisas boas e ruins todos trazem, em uma medida ou em outra. E tal medida nunca é perfeita. O pacote nunca é completo. A sinceridade do sorriso, sim, é o que importa.
Cansei de fazer sexo, agora quero fazer amor denovo. Mas que coisa custosa que é fazer amor. Depende de afetividade e essa é a parte custosa da coisa. Geralmente vem só uma coisa desferrolhada, muitas vezes muito boa, mas que quando acaba... acaba, oras! Ok, foi bom, adeus! Não quero assim. Não quero mais assim. Isso tá me cansando.
Tá vai, mudança de atitude. Homem pra qualquer coisa se acha fácil. E muito deles valem muito a pena. Mas, mas... acho que a parte do cativar e emocionar e tocar mesmo eu não to me permitindo. Daí vem a merda.
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