September 21, 2010

era pra ser romântico.


Ligação infanto-diabética pro namorado um tempo atrás:
- Eu te amo daqui até a lua.
- E eu te amo daqui até o universo.
- Então eu que te amo mais.
- Mas o universo é maior.
- Mas você disse que me ama daqui "até" o universo, não do tamanho do universo...

(bola de feno no faroeste abandonado. barulho de ventania...)

Explico: quando você está indo para, por exemplo, Sorocaba -veja bem, esta foi a explicação que eu dei a ele para reforçar minha teoria. Então. Você está indo para Sorocaba. Quando você considera que chegou lá: quando você vê a placa de "Bem-vindo a Sorocaba" ou quando você chega na rodoviária dentro da cidade? 
Porque, pensa comigo, cruzou o limite já é Sorocaba. Se você me ama até lá, então já chegou! Pensando novamente no "eu te amo daqui até o universo", digo o seguinte: essa medida é imprecisa. Grosseiramente falando, daqui de onde eu to (e todos vocês estão) até o universo propriamente dito (lá onde começa a ter satélites e ETs, que já é além de onde tem meteoros) são, no máximo, 600km. Sendo que daqui até a Lua são mais de 384.000km.
Agora, voltando ao exemplo de Sorocaba, é como se a Lua fosse a rodoviária, enquanto me amar até o universo fosse a placa de "bem-vindo a Sorocaba". Entendeu?

Notas:
1. não, eu não to desocupada. to no trabalho e cheia de coisas a fazer.
2. sim, eu fiquei dias com isso na cabeça. essa conversa faz um tempão. eu precisava postar isso.
3. é. eu sei. ele também acha.

September 20, 2010

Blood Morning


foi então que ela percebeu que a manhã era a melhor parte do dia. de manhã, bem cedinho. Tirando o magistral momento de acordar, onde os pensamentos cortados na noite seguinte voltam à tona com força total, nos fazendo ficar meios zonzos com perguntas que ainda não podemos responder, é o melhor momento do dia. Suas indefinições cinzas, seus contornos estranhos, seus graus de subversão sonolentos. o desespero é mais leve, é só uma marca. não se espalha fácilmente, você pode aproveitar e o observar o sol lá fora, porque a esperança de que as coisas melhorem ainda pode ser ouvida, é permitido. são só oito horas da manhã. tudo é possível às oito horas da manhã. você pode tomar o seu café, e ele pode estar amargo, não tem problema. você pode pintar a cara pra ficar menos obvia, pode  pintar os olhos também, mas a noite eles estão pretos, lágrimas pretas escorridas na face. você pode ouvir uma música, e talvez ela te anime e te faça pensar que vai ser diferente. Você pode esboçar um sorriso. São nove da manhã. O sorriso está torto, amarelo. um leve peso passa a surgir no peito, aquela sensação que você já conhece. mas há um sorriso, ele está lá. ao lado do café amargo e agora gelado, largado de forma displicente em cima da mesa. o olhar. a espera. você não quer pensar nisso, nunca quer. esperar é a rendição dos jovens. você treme um pouco agora, é no mínimo natural. natural como as infiltrações na parede. as infiltrações na parede não são reais. você anda, roda, volta, senta. o peso cresce. você escreve. a música muda de tom. você percebeu? você só repete aquelas que te fazem lembrar como você é uma idiota estúpida, e está se tornando um pequeno zumbi. São dez horas. você pode falar algo, mas será apático e sem luz. você pode pegar um café novo em folha, mas o gosto de carvão continuará na boca. e ele ficará largado, tal qual o outro. você pode tentar fingir que não se importa e que tá no controle da situação, mas pra que mesmo? o comportamento fica mais e mais intrigante. você já não ouve mais, porque não é nada disso o que te importa. NADA. vagamente você faz um trejeito político, um aceno, um olá, uma pergunta que você não quer, definitivamente, saber a resposta. não é por maldade, é só um estado onde as coisas estão tão absurdamente doloridas, que não há fuga. São onze horas. a música soa como um tormento. você respira com dificuldade, porque a dor a essa altura já é física. você não escreve nada. o almoço não parece em nada uma boa ideia. vomitar sim seria uma. você tem o corpo mole, capenga, pro lado. estranho. sua cabeça não condiz com o resto do conjunto. a temperatura ambiente simplesmente não faz sentido, você sente um formigamento percorrendo o corpo todo. o desespero é uma ferida aberta, pulsante, vermelha. Tem gosto de sangue. e de repente, o ódio. aquele que a manhã estava banindo de todas as formas possíveis. e ele abunda o seu peito, é como uma droga. ele te alimenta, te dá expressão. e te faz explodir num choro inabalável de incertezas. ele te embala.
são doze horas.
você se importa, idiota. e é esse o seu erro.
bom dia.

September 10, 2010

self-dignity

 Imagem do Bright Tal
Essa é uma reflexão extremamente pessoal sobre temas como: trabalho, dinheiro, realização de sonhos, ambição, coragem, respeito e dignidade. Estou no ponto em que tenho ficado aproximadamente 13horas por dia trabalhando ou em atividades relacionadas. Mais tempo de ida e de volta pra casa. Mais tempo de almoço. Tenho ficado 16horas ou mais fora de casa somente trabalhando ou em atividades relacionadas. 
Tais trabalhos (que quem me conhece sabe que são dois) e as atividades relacionadas não incluem estudos, cuidados pessoais, atividades de lazer, etc. Mesmo eu tendo que admitir que trabalhar no Outras Palavras é delicioso, mesmo em dias estressantes. Porém o mesmo não posso dizer do meu outro trabalho, infelizmente. E não exatamente por ser lá. Mas sim por que eu me identifiquei de cara, corpo e alma diretamente com o Outras e nos últimos tempos, apesar dos esforços para me desdobrar nas funções crescentes dos dois, tenho deixado a desejar. Nos dois. 
No Outras comecei como voluntária. No Urb. já efetivada. No Outras foi paixão à primeira vista. No outro era apenas algo que eu considerava como "legal" e uma boa forma de me manter, bom salário e tal. Mas, agora, chegou o momento que tenho que escolher. Principalmente por também já estar contradada onde antes era voluntária. 
Meu plano inicial era ficar nos dois até dezembro e juntar uma grana, fazer e acontecer. Mas a realidade bateu: minhas funções em ambos trabalhos cresceram demais e eu tenho abnegado de muita coisa e aguentado muito desaforo (bravo mesmo) de um dos chefes que já percebeu que, bem..., não é lá que eu quero estar. A ponto dele ter atrasado meu pagamento em um mês e no outro (esse) ter me pago em 2x. A primeira quarta-feira e a segunda... ainda por vir. Como se fosse uma forma de pressão à moda judaica (ele é judeu).
Daí, no começo dos surtos psicóticos eu pensava... Ah, vou aguentando e levando como der. Quero a grana! Mas agora, depois de quase dois meses levando bombada atrás de bombada (e não no bom sentido) preciso ter a dignidade de admitir que estou sendo falha em um dos lugares e desonesta por não mais conseguir cumprir com os objetivos e compromissos que assumi quando fui contratada. Enquanto no Outras Palavras só consigo pensar que se ficasse lá 8horas por dia seria muito mais eficiente e feliz. 
Acaba sendo uma amnhã de tormento e uma tarde/noite de felicidade. Assim não dá, né? Então, com coragem e por respeito ao cara que me deu uma oportunidade quando eu mais precisei, vou renunciar ao meu trabalho da manhã. Gosto de ambição. Mas meu ego faz com que eu me sinta péssima a cada vez que eu falho em um ou em outro. Ou comigo mesma. Logo. Tá insuportável. O chefe e minha ineficiência por não conseguir... hum... abraçar o mundo com as pernas (?).
Junk-food, falta de tempo de estudar, ver amigos, me cuidar (pra ir num salão de beleza durante a semana preciso faltar no trabalho), mal conseguindo me vestir bem, surtando com os outros, esquecendo coisas pessoais importantes... Isso não sou eu. Passar os dias sem paixão? Isso definitivamente não sou eu.

September 08, 2010

Será que rolou?

Testando botões de compartilhamento. Deu certo?

Uma porta azul bem bonita

 Imagem do Vitó

Esse fim de semana/feriado eu supri todos os meus déficits afetivos, emocionais, sexuais, femininos, ansiosos, nervosos e carentes. Foi depois de quatro dias impressionantes de tão intensos e calmos e completos que consegui perceber, claro como o contraste do branco com o azul, que é ali que eu quero ficar. Naqueles braços. E eu sei que você vai ler isso aqui. Mas tudo bem, pois eu já te disse isso ontem ao telefone. Por sinal, preciso dos meus carregadores que ficaram na sua casa. Enfim...
Quero começar a planejar nossa reforma, da casa que hoje é sua, mas que queremos que seja nossa. Planejando todos os comodos, todos os detalhes, todas as cores, todas as necessidades, nossas e de nossos amigos, que vão povoar o espaço com a gente aos fins de semana. Espaço para bichos, plantas, luzes e muita claridade. Cores, frutas e cheiros de manga todo fim de ano. Pé de manga, amora, limão, laranja, café, romã... Vamos precisar de uma paisagista, já que ambos queremos preservar os pés, ao invés de fazer uma casa gigantesca. 
Você consegue (o milagre de) me deixar calma e livre de pensamentos apressados sobre trabalhos, dinheiro, contas etc. Consegue me deixar bem aflita e com sensações engraçadas ainda. Mesmo depois de quase 1 ano juntos. Quero muito tudo que pudermos ter. Só peço uma coisa: podemos ter portas azuis, daquelas bem lindas? 
Pode ser que algumas pessoas pensem que querer ter portas azuis depois de tão pouco tempo seja loucura. Coisa apressada... Mas, honestamente? Não vejo a hora. Somos incríveis juntos. Beijos e boa semana...

August 11, 2010

Sobre o zelo e a mulher

Imagem daqui.
Ser mulher é realmente uma coisa inevitavelmente trabalhosa e custa caro. Ontem dei graças a Deus por não ter desencanado de pagar meu convênio médico (que já não é muito barato). Quatro exames de rotina teriam me custado mil e trinta e oito reais sem o convênio. Posso com isso?
Mas vem cá? A pessoa vai lá, marca consulta com ginecologista (detesto esse nome), marca exames de check-up, vai fazer os exames, sente mil incomodos, passa por pequenas vergonhas necessárias. Na clínica é ainda mais estranho. Fui lá, clínica chiquérrima especializada na saúde da mulher. Morta de fome, já fiquei feliz pois vi que tinha um café por lá. Pedi um sanduíche de peito de peru e um suco de maracujá. Quanto é? Ah, de graça?! Que ótimo, obrigada...
Subi, me troquei, pus o roupão e continuei com as botas country - já vermelha de vergonha do que aconteceria naquela salinha. Fiz exames, gel para todos os lados, tudo bem, exames claros e tranquilizadores. Trocada novamente, desci... Me vê um capuccino, por favor? O melhor da minha vida. Juro. Saí de lá feliz da vida.

Tá. Feliz da vida. Não só pelo melhor capuccino que já tomei na galáxia, mas por algo muito mais elementar. Todo mundo sabe que meu maior sonho é ser mãe. E nesse ano decidi que começaria a preparar meu corpo para tal. Daqui a 2 ou 3 anos, quando decidir que é hora, tudo que depender de mim estará bem. Então fui ao médico fazer exames e com um certo medinho de aparecer alguma coisa de errado (como um bebê, hahahahaha - brincadeira), mesmo sabendo que as chances seriam mínimas. Mas, quando saí de lá com os resultados e já sabendo que realmente estou com a saúde mega em dia... Meu... Bateu uma, mas uma tranquilidade inexplicável.
E ainda mais: não foi só uma tranquilidade, mas um sentimento de completude pessoal e de repúdio a mulheres que não se dão o devido valor. Veja bem, não to falando de quem dá mais do que chuchu na cerca - cada uma sabe o que faz e aquilo que põe, literalmente. Mas daquelas que dão mais do que chuchu na cerca e se tratam como nada, jamais se cuidam, não tem o menor zelo consigo mesmas. Não sou puritana, nem moralista. To só defendendo uma única opinião: mulher tem que se cuidar mesmo. Nosso corpo é muito mais sagrado só pelo simples fato de poder gerar uma criança.

Mas ok. Pode só ser coisa de quem tem plena convicção de que quer ter um filho num prazo de dois anos. Mas zelar, não é só fazer exames e usar produtos e cuidar da aparência. Zelar mesmo é mais. É se amar e não deixar nada nem ninguém te fazer mal. E ter a cabeça tranquila em tudo que faz e por tudo que fez. É cuidar de verdade e saber onde pisa. Enfim. Ser mulher é não ser leviana. E saber que tudo, mas tudo tem muito valor. Independente das suas decisões e dos seus atos, tudo continua tendo muito valor.

August 04, 2010

Sobre o Frio e as Manhãs

 Imagem daqui.
Nesse frio, sair da cama é assunto proibido. Sento, enrolada no edredon e assim fico por uns 15 minutos. Levanto, vou fazer café e aos poucos acordando. Volto pro quarto com uma xícara, aquecendo as mãos. Tiro o pijama, congelando. Hidratante frio. Calafrios. Calça legging, blusa segunda pele, calça jeans, blusa de malha manga comprida, meia fio 40, bota. Arruma o cabelo em coque, lava o rosto, escova o dente. Make-up.
Bolsas. São duas. Afinal, meu dia de trabalho tem, no mínimo, 10 horas. Saindo, pensando na festa de mais tarde e nas amigas. Ônibus, iPod e sono. Muito sono. Livro. Desce do bus. Pega outro. Mais frio. Tava garoando. Bem fininho. Só o suficiente pra congelar os ossos. Chegando no trabalho. Mais café quentinho. Cigarrinho com a amiga.
Twitter, e-mails, rádio online, YouTube. Ligações, redigindo convênios, postando no blog. Quase meio-dia. Ainda bem. Fome. Mais trabalho e daqui a pouco outro. Preciso de um tempo pra escovar o cabelo ainda. Tem festa, tem festa! Notícias bizarras e muitos calafrios subsequentes. Agora quero um chá. Trouxe um miojo pro almoço. Música e sons.

July 30, 2010

Das grandes e boas.


Sabe que tem momentos que se não me agarro a um propósito muito bem definido, acabo deixando a coisa degringolar por alguns momentos. Ainda mais quando ouço frases duras como aquele cara metódico e regulador me disse. Haja paciência. Haja capacidade pra entender que nem todo chefe é um virginiano ótimo de temperamento, assim como uma das suas melhores amigas.
O negócio é que, se em alguns momentos fico mega feliz de ver que tenho dados ótimos passos, em outros, preciso me lembrar disso, pra não mandar ir à merda e viver de trabalho voluntariado até sabe Deus quando. Haja paciência². Trabalhar com alguém tão controlador a ponto de não ter confiança no que você faz é muito complicado. Formada em RI, virando RP por circunstâncias. Esse não é o problema. Antes fosse. 
Daí, to entre dois universos: um que praticamente não me paga (nem muito menos as minhas contas), mas que me realiza incrivelmente. E outro que me paga (bem), mas que me exige em um nível inacreditável, especialmente de paciência. Mesmo sabendo que definitivamente paciência não é lá meu forte, passa dos limites. Diálogo? Outra fase do videogame que não consigo passar. É melhor consentir e tentar acertar a rotina e ver se consegue suprir as inseguranças do controlador do que tentar debater. 

***

Por outro lado, pensando só nas coisas que ainda quero muito fazer e logo -- única forma sensata de me manter nessa rotina fortíssima que me encontro. Suportando e superando. O que é ruim e o que é bom. O que não deveria ser e o que é. Uma coisa e outra coisa. 1+1=200. 
Daí, me vem a percepção de que só sei dublar em francês, mas não sei falar devidamente, nem entender. Quero voltar a estudar línguas. Queria italiano agora, mas francês traz outras questões e lembranças e exigências quase pessoais que me chamam. Acho que vou primeiro no francês, de uma vez por todas. 
Daí, o negócio é que ano que vem quero começar a visitar, um por um, todos os amigos que tenho fora do Brasil. Começando pelo Cairo ou seja lá onde o Tahayov estiver. Eu vou lá. Cara, são famílias que não se explica a ligação. Penso nele como se ele fosse um vizinho que não encontro no levador há semanas. Mesmo eu estando morando em casa, não em prédio mais. 
***

Vai. Vamos lá deixar de besteiras e viver essa vida. Quanto mais leio, mais entendo que mesquinharias não tem que ter vez. Quero uma viagem. Das grandes e boas.

July 27, 2010

Acho a Mariah Carey incrivelmente brega. Minha coca-cola é sempre sem gelo e sem limão. A Carrie escreveu um dia para a sua coluna: Homens muito bonitos não são bons de cama, porque não precisam ser. Será uma máxima verdadeira?  Livros, livros e mais livros, minha vida devia ser uma leitura continua, mas é só mais um devaneio qualquer. Tcc e aplicação, querida, aplicação. Vodca com limão pra ajudar nos baques dessa vida. E Ipod, claro, my favorite toy. A música rege a minha vida. Chega ser comovente a minha habilidade de me machucar de propósito, só pra sentir cortar. Não é de uma forma triste. Eu apenas preciso aprender a lidar com certas situações. Preciso me sentir viva. I’m only happy when it rains. Cozinha italiana, mexicana, chinesa e agora japonesa também, porque não? Prazer gastronômico. Remoer coisas faz tão mal. Ouvir Chico Buarque na vitrola é completamente diferente de ouvir em outros meios. Roda Viva. Tenho sentimentos controversos, do avesso mesmo. Amor, Sublime e Ridiculo Amor. Transpolaridade. Percebi que se pode amar de várias maneiras, e quem vai dizer que isso é errado? Gosto da sensação de controle, apesar da dificuldade que temos para consagrá-la. Escolhas são escolhas. Eu não gosto de fazer alarde sobre as coisas que acontecem na minha vida, quero apenas ser simples. Eu amo a simplicidades das coisas. Amo sábados ensolarados, puros e azuis. Odeio grosseria, odeio falta de tato, trato, odeio indiscrição. Odeio indelicadeza, estupidez e arrogância. Desilusão não mata ninguém e se você tiver sorte ainda aprende alguma coisa com isso . Transpiração e  Brigitte Bardot. Ultimamente penso em quem tá longe, penso em que tá perto, penso em quem não pensa em mim com a mesma intensidade, penso que vou enlouquecer, mas só penso. o drama mexicano faz parte do que eu sou, afinal. Um minuto de silencio pelo Brasil. Um minuto de silencio pela cidade. Um minuto de silencio por mim, por você e por todos nós. Arruda, Alecrim, Espada de São Jorge, Pimenteira, Guiné, Comigo-Ninguém-Pode e Manjericão. 15 tatuagens. 15. Inclusive uma caveira mexicana a quem chamo de Frida e as datas de nascimento e morte da minha avó. Morbida? Um pouco. Me visto de preto muitas vezes. e gosto disso. Lusco-Fusco, cafeína e cinema. Dias de domingo tem suas peculiaridades, mas os chuvosos arrasam comigo, e muitas vezes de uma forma deliciosa. Meus desenhos da infância sempre tinham chuva...Cheiro de chuva é cheiro de infância, de saudade... A chuva me limpa e me transporta. Eu seria uma pessoa completamente idiota se não seguisse meus instintos e princípios, é melhor parecer idiota pros outros que ser idiota com/pra você mesmo. Mas as vezes a gente se perde nisso, de tanto correr atrás do vento. Nesse mundo o que você é de verdade não conta nada, você tem que parecer algo que as pessoas possam enquadrar. Vai entender. Perdi um dos meu melhores amigos. E o mundo então se tornou um misterio abstrato e absoluto, mas nossas apostas valem alguma coisa quando são feitas de dentro pra fora.


Go Girl.

July 23, 2010

“Espero alegre a saída e espero nunca voltar”
Frida Kahlo








Um dia eu conheci você. Foi um dia, há muito tempo atrás, quando nossas aflições eram outras, pequenas e tolas. Nós éramos apenas adolescentes... E era tão bonito...

Crescemos juntos, colorimos nossa vida juntos. Você sempre impulsivo e magoadinho. Briguento. Perfeccionista. Arrumadinho. Palmeirense roxo. Fã de Heavy Metal e de música do demônio, como eu chamava. Tão presente. Tão marcante. Tão jovem. Tão amigo.
A morte e sua ritualização. Poucos momentos na minha vida foram tão difíceis, tão intensos e tão dolorosos. Você. Carrego no peito um sentimento que não tenho como exteriorizar. O clichê de “não há palavras para descrever” nunca se fez tão real. A vida e suas ironias. Você, meu amigo de tantas horas e aventuras. Louco por futebol, morre após uma partida e no dia da final da copa do mundo. Sem mais nem menos. Sem aviso, sem explicação, sem nada. A espera mais sufocante de todas. A agonia de não ter mais você (fisicamente, com aquela risada que está impregnada na minha cabeça e no meu coração)... Como fazemos? Como ficamos? Sentimos a sua dor, sua ausência, com muito respeito. E amor, muito amor. Amor que nos fez passar mal, chorar um choro incontrolável, uma lamúria doída como só a morte pode proporcionar. Há conserto? Porque estamos quebrados, partidos ao meio.



Eduardo Luis Amaral Martins. O nosso Dú. O meu querido  Minha eterna gratidão por ter construído uma amizade tão sólida, real e bonita conosco. Por sempre ter sido fiel, a você mesmo e aos seus princípios. Por ser um homem de caráter, a quem tive (e tenho) o orgulho de chamar de amigo. Você marcou minha vida pra sempre.
Eu te amo.

July 18, 2010

O prazer de ficar sem tempo


Fico sem tempo enquanto penso em como meu fim de semana de aniversário foi incrível, em como preciso de um plano odontológico, em como já deveria ter feito meu óculos novo, em como eu continuo sendo desorganizada com dinheiro, já que mês que vem estarei apertada novamente, em como meus dois trabalhos andam me dando realmente muito trabalho.
Fico sem tempo enquanto repenso em como sou querida pelos meus amigos, em como eles fizeram do meu aniversário um dos melhores nos últimos anos, mesmo sob as circunstâncias ruins, o que acabou nos deixando ainda mais ligados afetivamente. Como a Joplin gostava de dizer, “eu trocaria todos os meus amanhãs por um dia no passado.” - com certeza sexta e sábado seriam um desses dias para ser escolhidos e revividos.
Fico sem tempo enquanto penso que as coisas vão desanuviando no decorrer da caminhada. E que é difícil abrir mão de um trabalho incrível, mesmo quando outro - pessoalmente, mais incrível ainda - te reserva muito mais futuro; aliás, fico ainda mais sem tempo quando penso que minhas possibilidades são boas, mesmo dentro de panoramas malucos.
Fico ainda mais sem tempo quando penso que a cada dia que passa meus avós ficam velhinhos em dobro. Isso sim me consome horas. Ainda mais quando paro para pensar em seus hábitos da velhice, incluindo os de comportamentos retomados de hábitos sociais aprendidos há mais de 50 anos atrás, e divagando em quais possivelmente serão os meus hábitos da velhice.  

*foto de Alejandro H. - Bola de Banditas Elásticas

June 15, 2010

Huber Arte Marinha – Arte e Educação ambiental para crianças

Esses dias estava escrevendo sobre projetos sociais ainda novos, que se relacionam com crianças, jovens e adolescentes, nos temas educação, cultura e arte. Comecei a minha pesquisa entre meus colegas e amigos, especialmente com os participantes dos seminários sobre Mídias Livres e Comunicação Compartilhada, do Outras Palavras e Ponto de Cultura Escola Livre de Comunicação Compartilhada. Mas, acabei encontrando um exemplo muito genuíno dentro da minha própria família.
Meu primo, Alexandre Huber, vez ou outra nos mandava via e-mail links de alguns de seus trabalhos, ações etc, mas honestamente falando, eu nunca entrava para ver. Até que ontem entrei e fiquei boquiaberta com as telas, os murais e as ações, tanto pelo litoral, quando pela cidade de São Paulo, envolvendo conscientização ambiental para crianças. Foi dele a criação do maior mural de rua da Baixada Santista! Com 30x7m. O Projeto chama Huber Arte Marinha!
Nossa família, pela minha parte materna, tem raízes em Manaus. O Alê entrou para a família quando se casou com a minha prima Giuliana, jornalista na TV Tribuna em Santos. Ainda pequena, eu não fazia a menor idéia do que ele fazia da vida. Olha só que surpresa boa! Sua arte transcreve não só sua inspiração caiçara, mas também as raízes manauaras da família.
Através da galeria online, já encomendei uma tela para mim, da Fragata, óleo sobre tela - foto! E logo mandei um e-mail pedindo que o primo respondesse a algumas perguntas, uma mini entrevista via e-mail. Olha só como ele me contou sobre sua vida artística:
“(…) de criança todas curtem os animais , em revistas , programas de televisão. Com o passar do tempo vão crescendo e deixando de lado… comigo foi diferente!!! Cada vez ia mais e mais buscando o saber, conhecer as espécies… com uns oito anos fazia uma coleção semanal “ZOO”, se eu aprontasse tinha o pior castigo de todos.. rsrsr suspenção do fascículo da semana rsrsr (tá certo que na próxima semana ficava bonzinho e vinham os dois, o da semana e o da malcriação!!) colecionava de tudo , adorava e tinha todas as coleções das figurinhas do chocolate surpresa onde muitas vezes ganhava dos avós, o chocolate tirava a figurinha e o mesmo ia para a geladeira!! rsrsr… amava as aventuras de Costeau e não perdia os especiais do Globo Repórter. Nesta fase, os desenhos dos bichos do caderno do infantil  à lápis na escola iam às placas de Eucatex que meu pai cortava e pintava de branco , já que as telas eram caras ñós não tínhamos condições.
Na adolecência larguei 10 anos de natação para iniciar o body board. O mar era meu quintal de casa… Dormia cedo , não ia para a balada para acordar cedo e ir surfar quase todo dia, sem contar no meu grande hobby incentivado pelo meu pai: a pescaria. Desde os puçás na pesca do siri , picarés, tarrafas à pesca embarcado! Conhecia na prática as características das espécies marinhas , seus hábitos , a maneira de atraí-los, tocá-los. Morar em Santos, moldou minha personalidade e foi decisiva em minha arte!
Com uns vinte e poucos anos iniciei a pintura em telas com a técnica a óleo ( sempre de forma didática, me espelhando no realismo, nas fotos , nos erros e acertos) após alguns anos decidi que era hora de acreditar em mim, na minha arte… e buscar meus objetivos com muita força vontade que era divulgar minha arte e através do meu trabalho em grandes escalas. Foi quando comecei a pintar murais. Já comecei logo com o maior mural da Baixada Santista, com 30X7 metros de altura! Passar às crianças a importância da preservação ambiental.
Assim, comecei a ser convidado para através da magia das cores conscientizar as  crianças juntos aos diversos projetos nacionais entre eles Projeto Albatroz, Greenpeace, Avistar Brasil, Show Anda, Secretarias de meio ambiente da baixada santista e convites de eventos na capital.
Iniciei projetos particulates que estão em ação atualmente: Projeto Reciclarte, SOS Conservação Praias: Sangava e Limão, Arte no Ponto e  a coleção de telas 2009/2010 “Filhos do Mar e Filhos do Rio”. Com todas estas ações consegui apoio das tintas Eucatex e dos pincéis Tigre que doam os materiais fazendo possíveis as ações e é isso prima!”
Visitem a galeria, o site e a página com fotos das ações sociais realizadas nos últimos tempos!

June 08, 2010

Nostalgia


   Esse fim de semana e ontem relembrei automaticamente como eu to com saudades dos meus ex-colegas da faculdade. Na verdade, saudade de alguns que são amigos mesmo. A gente se forma, acha que ok. Mas dá uma vontaaaade de conviver novamente. (tudo bem que logo passa, haha) Sábado, na Parada Gay, encontrei um amigo tão querido, nos abraçamos por um tempão quando o encontrei. E ontem um outro amigo me ligou, o Tiago. Somos amigos desde os tempos da São Marcos. E ele vai ser papai!!! A esposa dele tá grávida de 1 mês e pouquinho... Propus a ele que ele viesse pro Outras Palavras, contribuir, assistir Oficinas, ficar perto. Sinto falta dele...
   No fundo, quem me conhece não me compra. Todos sabem que sou mega saudosista. E com 40min de ligação ontem, então... Acordei nostálgica. O Ti me contou dos babados da facul, falamos sobre muitas coisas e no fim, ficou um tchau cheio de saudades. Mas semana que vem ele deve ir à Oficina, no Outras. Menos mal. O melhor foi a reação dele quando eu contei sobre minhas novas atividades. Rolou um silêncio de uns 5 segundos até ele me xingar de fdp... hahaha! Só pq ano passado estava desempregada, falida, triste e amargurada e agora tenho dois empregos ótimos em duas áreas fantásticas (nas quais ELE gostaria de trabalhar, hahahaha). Queria ter visto ao vivo... o Tiago tem as melhores caras de incredulidade que eu conheço!

Enfim... nostálgica.
  

June 07, 2010

Considerações sobre o feriado


Visitas são boas... Né? Até minha segunda-feira mal humorada, sim. Dormir ouvindo Boa noite, Clazinhaaa! e acordar as 5 e meia da matina ouvindo Bom dia, Clazinhaaa!, assusta um pouco.

Redescobri como é bom dormir no frio, sabendo que você não vai precisar sair de casa. Isso foi perfeito pra quinta e sexta. Sábado já queria tomar uma breja com o negão, que rendeu baladinha e depois dormir juntinho enquanto o corpo esquenta no putaquepraiu de frio horrendo da madrugada.

Acordei domingo ouvindo Bom dia Clazinhaaa! no telefone, seguida pela frase E aí, gata! Vamos pra parada? Que horas te encontro? Acho que eu não tive muita opção. Amigos gays são implacáveis em dia de parada. Fui lá, de ressaca, passar aperto na multidão e mal dançar com o pé doendo como estava. Voltei pra casa cedíssimo, dormi horas no sofá até que ouvi Clazinhaaa, vai pra cama, linda! Daí pensei... Mas eu não deixei ele na parada? Quem abriu o portão pra ele entrar! Não quero dormir na minha cama agora... Quero meu sofá, carai! Mas, delicada e phyna, respondi... Já vô.

Sábado também teve vovó e vovô em casa. Delicinhas como são, gostei pouco! Daí vovô, classicamente, vendo jogo de futebol no sofá, enquanto eu e vovó fomso dar pernadas no shopping. Ô, como ela gosta de um shopping. Comprinhas, eu carregando mil sacolas e paparicando a linda, matando saudades e atendendo todas as suas vontades, como uma boa neta com saudades. :)  Sempre fico triste quando eles vão embora.

Essa semana tenho uma meta: conseguir encontrar as amigas, sem ter recaídas fortes com meu corbertor. Quem sabe prum belíssimo chocolate quente... aí sim, hein.
Daí agora, café bem quentinho aqui no aconchego do escritório e muito bom trabalho pra realizar!
Enfim, segundona friorentíssima.

June 02, 2010

yeah.


   Cá estou eu, milagrosamente acordada as 8hs da manhã, já no trabalho, na verdade há 1h. Voltando agora a sentir, nesse terceiro dia de trabalho em dupla jornada, como era acordar madrugando, se trocar correndo, pegar bus sem ter tido tempo de tomar café, me arrumando correndo etc. Essa noite foi a primeira em muuuuitos meses que tive aquela sensação de dormir e acordar 1h depois, sendo que na verdade se passaram umas 7hs de sono. Acho que essas coisas só acontecem quando você está em rotina de trabalho.
   Sair todos os dias as 6:30 da manhã e retornar somente às 20:40, em média, tem sido puxado do ponto de vista físico. Ontem, depois do almoço, por exemplo, foi uma das minhas piores tardes em semanas: almocei e fiquei com tanto sono que me deu até mal-estar. Só melhorei depois de um garrafinha de água inteira, quase gelada, mesmo nesse frio.
   Porém, preciso falar dos prós de tudo isso. Primeiro: quando eu acordo, mesmo tendo a preguiça descomunal de todo dia, saio da cama sabendo que vou me arrumar vestindo as roupas despojadas e nada formais que tanto amo: nada de salto alto obrigatório, nada de terninhos ou calças sociais todos os dias... só quando quero e ainda assim, com uma camisetinha... Colares, unhas da cor que eu quiser, tênis quando eu quiser, cabelo sem ter que estar escovado sempre para reuniões chatérrimas... enfim.
   Depois, chegando no Urbanias, que é alocado no mesmo escritório que a equipe do site Catraca Livre, já fico muito mais feliz: fica em Pinheiros, numa rua agradabilíssima, calma, parece até uma vila. A casa é linda, recém-reformada, com design todo bonitinho por dentro. Lá, logo depois de mim, às vezes atrasada, chega a Renata, melhor amiga do meu namorado, que foi a santa que fez todo meu marketing pro meu atual chefe. Menina linda, negra, de cabelo afro, dinâmica, faladeira, de sorriso e olhar doces, mas de voz forte, que é impossível você não saber que Renata chegou depois dela dar o primeiro bom-dia! A mesa dela é na bancada atrás, de costas pra mim. Volta e meia uma chama a outra pra falar de coisas leves e suaves, como o Beto e como ele é marrento quando quer.haha
   Ok, marketing vem, plano de ação vai, mídias vem, contatos mil se vão... quando vejo já é hora de ir pro Outras Palavras. Lá na Augusta. Vou até a Teodoro, pego o bus, desço geralmente na Consolação, depois do Belas Artes. Chego naquele rebuliço que é a redação da Revista Viração, vou pra minha mesinha, ligo o note e mais mídias, vídeos, produção, artigos, articulação, grupo, pessoas... Lá pretendo deixar uma pantufa, pq ficar de sapato no pé o dia inteirinho me irrita um pouco e aposto que ninguém vai achar estranho.
   Com meu primeiro salário mal sei o que vou fazer. Preciso comprar roupas e sapatos. Sério, não é coisa de mulherzinha! Realmente preciso. Olha esse frio! Só tenho boas roupas de calor. Também uma bolsa que seja bastante funcional... um bom caderno, pagar contas, a pantufa, suporte para pendurar a bolsa na mesa, umas maquiagens... ai. Preciso de 2 salários. Que se tudo der certo, vou ter. Se o Ministério da Cultura colaborar e resolver depositar o dinheiro dos fundos do Ponto de Cultura na conta do Outras Palavras.

   Aliás, falando no Outras... ontem fiz uma mega pesquisa sobre ferramentas para fazer upload e compartilhar videos simultaneamente em vários canais diferentes e foi tão legal que resolvi escrever sobre no Tema Pimenta. Lá, ainda preciso escrever apresentando alguns Pontos de Cultura com quem temos contato próximo, mas está corrido e eu ainda estou aprendendo a me organizar nessa correria nova. Quando postar coisa nova aviso aqui.

...beijos!

May 25, 2010

A tal da novidade

   Essa semana a minha vida tomou outro rumo definitivamente. Já tinha contato sobre o Outras Palavras no post do dia 18/05 e prometi dar outra informação sobre o outro blog que estava formulando para falar sobre assuntos relacionados as minhas tividades profissionais. Então, lá vai:


Este é o Tema Pimenta, o espaço que inaugurei, para que pudesse manter o Zipadas nos parâmetros que sempre teve: espaço estritamente de escritos pessoais. Lá, vou falar sobre tudo que tiver a ver com o Outras e com meu mais novo trabalho, o Urbanias.
   Peraí, Clarissa, mas no outro post você disse que o Outras Palavras era seu mais novo trabalho! Sim, gente, disse. Mas agora eu tenho um outro novo trabalho! Sim... Dois. E sim, trabalho de verdade, não voluntariado, ou projetos amadores, nem nada disso, passa-tempo ou qualquer coisa ligada à informalidade que possa vir à mente de vocês. Dois trabalhos mega legais.
   O Outras Palavras é um Ponto de Cultura (Escola Livre de Comunicação Compartilhada) e espaço de Jornalismo e Comunicação Compartilhada, enquanto o Urbanias é uma empresa que faz mediação entre sociedade civil e órgãos/secretarias do governo da cidade de São Paulo, mediando demandas. Vou trabalhar lá também fazendo articulação das novas mídias e gestão de colaboradores do site, além da articulação do projeto dentre possíveis parceiros. Basicamente a mesma coisa que no Outras, só muda o foco do projeto.
   Enfim, vou trabalhar aproximadamente 12hs por dia, mas feliz por estar entro dos dois projetos que estava buscando desde o ano passado! No caso do Outras, se considerarmos a época como Le Monde Diplomatique, podemos dizer que queria até há anos, na verdade. Finalmente uma boa ocupação. Cultural, acadêmica, intelectual e de prática atualíssima. Tudo o que eu vinha pedindo à Deus.

   Mas voltando ao Tema Pimenta. Lá vou escrever também sobre pessoas e outros projetos que tenho conhecido, pessoas de Pontos de Cultura de vários lugares, vou publica materiais escritos por mim e por colegas, enfim... Muito material interessante sobre temas atuais e atividades interessantes.

Té mais!

May 19, 2010

A melhor notícia dentre todas as notícias

Hoje meu avô voltou a falar através da prótese das cordas vocais. Hoje eu tive uma das melhores notícias da minha vida e o melhor sentimento do mundo quando, depois de muitos meses e muitos percalços dolorosos, ouvi sua voz ao telefone. Voz que ficou engasgada quando percebeu que a minha não saia mais, tamanha emoção. Ficamos nas risadas de alegria, naquele momento sagrado a voz não importava mais. Ironicamente.

Por isso eu digo sempre e volto a repetir: a vida é muito maior do que imaginamos.

Aceitação


É apenas uma hipótese. Mas para mim ela simplesmente não consegue aceitar meu posicionamento perante muita coisa. Para ela, nada nunca se abrandou. Nunca houve trégua. Nunca espaireceram-se sentimentos. Jamais elevaram-se padrões de pensamentos. O que é uma pena. Pois enquanto os lados sofrem, ela se degladia consigo mesma. Enquanto eu busco mudar a frequencia e não levar para as impessoalidades que cegam, ela é tomada por uma inércia impressionante. Imobilizada. 
O maior problema é que eu sei que devo dar espaço, enquanto ela tenta se compreender. Até aí, ok. O que não está nada ok é o fato de eu ter plena consciencia de que a cada dia mais que se passar depois dessa crise que já dura um mês inteiro e ininterrupto, mais faltarão argumentos e sentimentos que nos prendam afetivamente. E uma hora os dedos vão escapar. Pois aguardando e sendo paciente eu tenho estado/sido. Mas não posso culpar meu coração de se sentir mal pela incompreensão e por assistir de camarote uma tão querida sendo debatida no ar, pela sua própria limitação.
Limitação em aceitar, superar, dizer que tudo bem quando realmente está tudo bem. A maior diferença é que eu verdadeiramente aceito o erro do outro. Eu "deixo" que o outro erre. Enquanto ela não. Certos erros são considerados como graves falhas e nada é remediável. Parece que é sempre 80, nunca 8. Sou mais branda do que isso. Talvez ela por isso ela possa me enxergar como fraca, quando na verdade é muito mais temperança, observação... Tudo é um processo de aprendizado. Não um navio naufragando.
Frase de ordem ultimamente: Não precisava...
Tem horas que eu queria te sacodir e te tacar na parede! A vida é muito maior do que isso... Amiga, enxergue que nessa vida só se vence pelo amor. Mesmo que seja através da dor. Mas somente, única e exclusivamente pelo amor. Mas eu já te disse isso antes, numa longa carta, pouco tempo atrás. O cimento que sustenta relações é outro. Ah, se você se ouvisse...

May 18, 2010

Volta da multiplicidade. Bem querida&desejada... multiplicidade.

 
   Quando uma etapa diferente começa, geralmente ficamos sem saber exatamente o que fazer. Natural. Especialmente quando conquistamos uma atividade / ocupação / emprego / trabalho que sempre quizemos. No fundo, como em todos os aspectos da vida, é pura questão de adequação. Bem mais simples do que se acostumar à falta de uma amizade. Especificamente falando.
    Pensar uma nova rotina, mais saudável, inteligente, promissora, lotada de bons adjetivos.
   Coordenação de grupo, editais, novas idéias, cobrindo seminários, fazendo rolar, estratégias de divulgação. Voltando à vida culturalística que sempre gostei. Tendo conversas interessantíssimas. Conhecendo pessoas interessantíssimas. Realizando. Construindo. Aprendendo. Escrevendo. Elaborando. Adoro elaborar. Decidi não deixar mais de ter fé. Mesmo sabendo que essas é uma daquelas promessas engraçadas de se fazer, por ser meramente circunstancial. Um fator que deveria ser crônico, mas é sim circunstancial. Quando está tudo bem, a mantemos. Quando o sapato aperta, a perdemos aos poucos. Às vezes a perdemos de vez, recuperando-a aos poucos. Enfim. Circunstancial.
  
   Mais cirsunstancial ainda é o fato de que tenho agora, devido meu novo trabalho, uma pilha de assuntos os quais gostaria de postar sobre. Falando nisso, já lhes apresento. Agora estou no projeto Outras Palavras, elaborado pelo jornalista Antonio Martins (figura!) e que tem como carro-chefe a comunicação compartilhada, a notícia "enquanto a Inês ainda está viva", como o próprio Antônio costuma dizer. Projeto novo e extremamente promissor.
   Aos poucos lá me surgem novas frentes de atuação. Temos muitos assuntos rolando ao mesmo tempo, com uma enorme carga de cultura e inteligência no trabalho, como não poderia deixar de ser. Como foi bom sentir minha cabeça fervilhando por um propósito definido.
   Opa, já estava me perdendo. Falei do Outras pois toquei na minha atual necessidade de escrever por assuntos mil, que não creio que cabem aqui no Zipadas. A razão é única: o Zipadas é o guri dos meus olhos. É aqui que me desvencilho, me troco por tranquilidade e fluidez. E não é aqui que vou querer escrever de assuntos profissionais, por mais legais e culturais que sejam. No fim, sempre que postar lá, aviso aqui. Mas será isso. Em breve mais infos.

April 23, 2010

A tal da bolha


   Nas últimas semanas, várias pessoas me disseram ou disseram que alguém que me contou, que estão em um momento "bolha". Daí pensei comigo, momento bolha é só não estar travestida de extroversão, não querer sair muito de casa e rejeitar ligações por preguiça de falar, independentemente de quem fosse, ou inclui também uma mão na consciência?
   Digo isso pois geralmente adiamos afazeres pessoais importantes por não estarmos muito no clima, como, por exemplo, dar aquela polida no currículo. Eu mesma já adiei isso muitas vezes por sempre ter algo muito mais interessante no momento do que ficar polindo currículo, arrumando a gaveta, limpando teclado do note, revisando a monografia, montando projeto de pesquisa, enfim.
   Mas, nessa de adiar, acaba que a perfeição das ações vai sumindo junto. Por exemplo: você não dá a bendita polida no currículo, até que alguém te liga e diz "me manda seu CV pois acho que tem uma boa oportunidade aqui!", daí você corre, ajeita o que deveria ser alterado com tranquilidade e é isso. Você mandou algo meia-boca. Ou às vezes menos trágico, mas muito importante também: você deixa lá, sem revisar nem nada, só atualizando datas e pequenas coisas, quando na verdade poderia encontrar uma maneira muito mais inteligente e eficiente de apresentar-se (e mostrar sua vida até o presente momento) a um completo desconhecido que, quem sabe, pode se interessar pela sua cuidadosa abordagem.

Hum...

   Bom, tudo isso pra dizer que ao invés de ficar no momento bolha só coçando as picadas de pernilongo, vá logo caçar alguma coisa pra fazer que te traga algum benefício em algum momento, vai. A não ser que você realmente precise de fazer "nada" no seu quarto ouvindo Amy, descanso não é sinônimo de inutilidade.

   Enquanto isso, vou continuar a tentar não pensar em Morro de São Paulo e em todos os bons momentos que estou perdendo com as meninas e o Vander, não pensar que ainda vai demorar uma semana e meia para que eu possa dar continuidade aos meus planos por conta de grana e que é bom que meu pé continue no chão, pois agir coerentemente e fazer coisas com excelência dá um pouco mais de trabalho do que os manuais de boas práticas por aí contam. Enfim, continuar controlando minha ansiedade e impaciência. Além de agradecendo pelos bons acontecimentos e pelo fato de que, quando eu acho que já tava bom, a Gle vem e me mostra um jeito ainda melhor de fazer as coisas. Ai, amiga. Honestamente, não sei como você consegue ser tão presente mesmo tendo um oceano inteirinho entre nós. Obrigada pelas boas dicas e conselhos. Sempre tão bem-vindos.
   Lembrando que hoje é dia de Ogum.

April 16, 2010

E a pergunta da noite é...

Será que as melhores coisas da vida acontecem quando agimos pelo impulso? Ou será que a regra da sorte é acreditar no acaso?

Incompatibilidade de gênio

Tenho problemas com pessoas de áries. Admito. Meus relacionamentos mais conturbados são com pessoas desse signo. Nos amamos loucamente, mas os gênios não batem em absoluto. Daí vira uma farofa emocional: nos amamos e nos magoamos pois nos amamos tanto que queremos nos ajudar demais, causando intromissões nas vidas e pontos de vistas conflitantes quase que constantemente.
Daí você magoa a pessoa que você ama. Quando você viu, já foi. Até porque ela só percebe que passou do limite depois que levou a patada e você só percebe que passou do limite quando deu a patada. Isso foi frequente no meu dia de hoje. E eu detesto isso. Sinto uma enorme incapacidade de controlar gênio/temperamento/emoções em frente à ela. Pois ela me lê e eu a leio. Mas somos incompatíveis. Principalmente quando ela insiste em ultrapassar todos os limites e divisas do meu território.
Ela é a principal pessoa que me aconselha terapia, com todo amor do seu coração. E agora quero procurar terapeuta, com todo amor do meu coração à ela. Já que magoar um anjo da sua vida por não conseguir controlar seu temperamento é muito complicado. Não pode e não dá.

April 14, 2010

O peso


Representado por uma figura masculina em uma carruagem, O Carro é o símbolo do homem que tem em mãos as rédeas do próprio destino. O sétimo arcano do Tarô, representa o sucesso atingido através do esforço pessoal. A carruagem representada nesse arcano tem quatro pilares e é puxada por um par de cavalos: dois princípios inicialmente opostos (passividade/atividade), harmonizados pelo condutor do carro (homem). A couraça usada pelo condutor representa os escudos que usamos como proteção contra o mundo exterior. O condutor do Carro é frágil mas não o demonstra, pois isso seria o mesmo que fraquejar diante de seus objetivos. Nem sempre dominamos nossos medos nessa carta, por vezes os escondemos debaixo de uma imagem de pessoa firme. Tem correspondências com o mito do deus Apolo, que todas as noites vencia as forças da noite e puxava sua carruagem pelos céus todas as manhãs. decisão, poder de comando, domínio de forças conflitantes, vitória, conquista dos objetivos através do empenho, fragilidade disfarçada de autoritarismo, ação independente, egocentrismo, orgulho, diplomacia, oportunismo


Cada um tem seu peso. E diga lá sua medida. Nesses dias tenho estado bastante angustiada, quase que parcialmente insana. Tudo pelo peso: dos afazeres, das confusões, das responsabilidades, das ações, de certas palavras, do receio, da saudade e das lembranças.

Time stand still.

Algumas conversas depois, com várias pessoas, após receber diferentes pareceres e depois de ser vítima viciada de uma situação cotidiana, me senti encurralada novamente. Tudo pelo não feito, pelo dito e não dito, pelas horas. Um desespero de mais 34 minutos para o fim, uma violência diária sobre mim, algumas vezes vinda de mim mesma. Enquanto se apara de um lado o outro escorre entre meus dedos.

Enquanto se parece muito com angústias alheias ou mesmo as minhas já passadas, essa vem com uma ânsia diferente. Como se a cada passo, a cada respirada, eu ficasse mais pendurada frente ao abismo, mas com uma corda segurando-me pela cintura. Talvez eu só faça isso por saber que existe essa corda.

Não vou mentir, muitas vezes me dá um pavor profundo per se que me faz querer voltar tudo de novo, reagir, no sentido de refazer algumas coisas mesmo. Hoje tenho certa dificuldade de dizer a famosa frase “sou grata por tudo que aconteceu, senão jamais estaria aqui, vivendo e fazendo essas coisas”. Simplesmente pelo sentido da inutilidade que tem me abatido de forma tão sincera. Tão sincera que corta.

Hora de medidas drásticas. Às vezes a impressão que tenho é que mais uma coisa errada, mais uma má notícia, mais um deslize e eu jogo tudo pro alto. Tem dias que realmente me debato. Como peixinho fora d’água mesmo.

But it would be better if...

Em alguns momentos eu afirmo e peço “por favor, me ajude a ficar consciente de mim mesma”, ou então “me ajude, pois eu ESTOU consciente de mim mesma”. Mas em outras... pff... sério? Consciência? Falta de tratamento de choque mesmo. De ver, viver, socar, cair. Ir em busca de mim mesma, buscar novas ferramentas. Pois as antigas, já as quebrei.

Sem paciência e imediatista. Sou naturalmente impaciente e bastante egocêntrica. Tanto que estraga. Hora de se despir. De tudo, mas não de todos. Hora de cortar, de sair, de bater a porta. Mas... como se faz mesmo?

Hey, you! Don’t wast your tears on me. Now think of Love, it always gets you in the end.

A coragem realmente vem à noite e se esvai logo cedo pela manhã, quando não quero sair da cama. Mudança com proximidade é a mesma coisa de terminar um relacionamento vicioso e procurar o ex atrás de problemas todos os dias. Devo ser mesmo uma viciada em relações. Uma necessidade maluca e transtornada de cordões umbilicais. Corta um e nasce outro.

Drasticidade. That’s the edge. Esses últimos dias tenho sentido aquela sensação que bem conheço de quando sinto medo por muito tempo, mas estou prestes a tomar uma ação. Como se eu tivesse que pular um grande espaço, não quisesse, alguém estivesse me empurrando e eu só tomasse impulso faltando três cm para cair. Só aí a coragem vem. Faço isso em tudo. Momentos antes de cair tomo impulso e pulo. Como dizia uma ex-chefe minha, constância definitivamente não me descreve.

Me pego pensando se seria muita loucura. Fico imaginando o que eu pensaria de outro tomando uma atitude como a que eu gostaria de tomar. Socialmente aceitável, imoral, impensado, loucura... tantos adjetivos inúteis. Quando penso em uma atitude logo crio na minha mente a pergunta: e você vai fazer isso com eles? Mas fazer o que com eles? Mas será que é a hora? Se eu fizer isso, essa ânsia vai passar? Como eu faço para fazer isso e não cortar toda relação junto com o cordão umbilical? Como eu faço para fazer isso e não enfartar os outros?

O enorme questionamento é: como é que você consegue fazer disso um bicho de todas as cabeças do mundo, Clarissa? Você já poderia ter facilitado demais a sua vida e a dos outros.

Nem preto, nem branco.