December 23, 2008

Vem cá, como é que faz?



Como que uma pessoa que me conhece há quase 10 anos tenta me enganar da forma mais sem noção que pode existir? Uma amizade de longa data, uma pausa de alguns anos, ele estava casado - ou enterrado num casamento, como preferir. Voltamos a nos encontrar. E como pode mentir pra mim? Pra mim??? A pessoa tem inúmeras oportunidades de me contar a verdade, mas omite. Me engana. Joga pela janela a confiança que eu tinha conservado.
Como é que faz? Quando importa não dá pra por pedras em cima. Não foi legal. Cara, esse ano foi só de decepções com homens. Um valendo menos o que o outro, talvez acostumados com esse bando de vadias gratuitas que tem por aí. Mas peraí, galera, acorda pras relações de valor! VALOR! Todo mundo tratando tudo e todos como itens descartáveis... esquecendo de cultivar sentimentos, jogando fora, menosprezando, ignorando importância, dando importância pro que nem deveria ser cogitado. Mas até ele? Como é que faz? Tentando ME enganar?
Existe um grupo muito seleto de pessoas que dou valor e procuro cultivar. Seleto mesmo. Minhas relações sociais não são vãs. Quem são meus amigos não são confundidos com colegas. Pessoas de valor atraem outras de valor. Eu dispenso o que não me agrega nada. Meu tempo e meus sentimentos, minha atenção, minhas palavras e abraços são muito preciosos. Acho que depois de alguns anos ele tinha esquecido disso. Acabou me desperdiçando.
A minha memória seletiva sempre foi muito boa. Sempre me ajuda a não guardar mágoas desnecessárias. Mas às vezes elas ficam. Meu principal exercício desse ano foi aprender a me poupar e não deixar problemas dos outros me atingirem. Pode parecer uma postura errada ou sei lá o que, mas é só uma vez. Problemas de índole não são reciclados e eu não dou segundas chances nesses casos. Não foi um equívoco, nem uma leve pisada de bola. Foi falta de caráter e de verdade.

outracoisa
Apesar da falta, cada vez mais me dá mais preguiça de conhecer pessoas novas. Pode não ter sido um bom ano, talvez eu tenha pedido de forma errada pro universo, talvez o caminho seja outro. Mas toda santa pessoa nova que apareceu na minha vida esse ano não valia lá muita coisa. Eram pessoas ótimas, interessantes, inteligentes, bonitas, charmosas, em geral morenos altos... (é, o universo realmente me ouviu!) mas como não sabiam viver dando valor ao que realmente interessa. Tanta banalização.
to sussa. e já perdendo a fé na humanidade.
fora os problemas de ego. DEUS! como as pessoas pecam por tão pouco e se contentam com qualquer porcaria. como conseguem? como é que faz? se colocar num pedestal e tentar se fazer notado, pode ser só impressão, mas geralmente não dá muito certo! puta, galera... acorda pras coisas verdadeiras da vida, vai.
mas isso já uma terceira coisa.

September 16, 2008

Nem no tranco.


Se eu fosse a minha chefe, eu já teria me dado uns tapas na orelha. Mas se eu fosse a minha chefe, eu estaria no hospital agora lesada de medicação para parar de enjoar da minha gravidez. A da minha chefe, não a minha. Entendam.
Enquanto isso, estou aqui acabada, chumbada, grogui, fora do eixo, por causa do remédio pro meu resfriado que me deixou com cara de derrota. Mas voltando à minha chefe, nem com uns bons tapas na orelha eu seria capaz de acordar pra vida. Remédio pra resfriados e gripes geralmente aprontam essas com a gente. E eu aqui. Monossilábica por pressão.
Também tive que aderir forçosamente ao slow down, já que nem com muita fibra eu conseguiria acelerar. Nessa coisa almocei em 20 minutos. 20 minutos para comer 1 coxinha. 1 coxinha em 20 minutos. Jesus... Mas de qualquer forma, já que não consigo acelerar, vou me entregar ao marasmo em plena terça-feira. Sair do trabalho, pegar o bus, alugar um filme, fazer pipoca e comprar um refri. Desencanar da academia sem culpa, sem neuras. Comer um pedaço de bolo de cenoura com cobertura de chocolate, só não sei onde vou comprar. Ou então fazer beijinho de panela. Aí sim, hein... Edredon, sofá, filme. Sono. 3, 2, 1... capotada. Nem o frio me pega.

September 02, 2008

Da minha densidade, nem os outros escapam


Quem lê este blog há algum tempo, ou já deu uma folheada nos capítulos anteriores, já deve ter se deparado com uma questão que sempre me preocupou: qualidade de vida. Mais do que minhas divagações sobre abrir 4 planos de investimento (sendo o primeiro para a continuação dos meus estudos, o segundo para salvar algum dinheiro e dar entrada no meu primeiro carro, terceiro para meu futuro apartamento/casamento e o último para a escolinha da minha filha, a Valentina – que um dia vai nascer!), tomo um cuidado tremendo para que não me perca demais no meio da minha rotina.
Ok, discurso de quem é frenética, controladora, regrada, inflexível? Muito pelo contrário, discurso de quem é tão, mas tão dispersa que precisa tentar realinhar o foco a cada ação que toma, senão desanda! Coisa de quem adora listas para que elas lhe mostrem o panorama geral da situação. Essa coisa de analisar especificidades não é comigo, enxergo muito, mas muito melhor no panorama. Sou muito desorganizada, por isso tento ter uma agenda como de uma virginiana, que especifica horários de tudo quanto é tarefa e dificilmente perde o foco, pois, levando-se em consideração um desvio mínimo para menos, claro, chego num patamar aceitável de organização!
Mas voltando ao assunto da qualidade de vida. Comecei academia. Faz um mês. Dia sim, dia não acordo uma hora e meia mais cedo, me troco e despenco pra lá. Sempre me jogando da cama, sempre me perguntando desesperadamente “Cadê a força de vontadeee??!!” a cada pensamento de ficar na cama que me arrebata às 6 da manhã. Jogo uma perna da cama, a outra cai e quando vejo que vou realmente cair no chão levanto, me troco, escovo os dentes e chego na academia com cara de quem acordou há 5 minutos. O que é um fato.
A questão é que eu, como a maioria das pessoas que conheço, super se esforça pra dar conta dessa vida de universitário/estagiário/pessoa integrante de uma família/que tem um círculo de amigos/que precisa tomar conta de si, e Deus, como se perde no meio disso tudo. As prioridades se invertem do que seria natural: cuidar de si para que possa cuidar dos outros, cuidar de si para simplesmente conseguir da conta do recado. Mas ao contrário disso tudo, acabo facilmente me deixando levar pelos prazeres momentâneos ao invés de investir no que deveria. Antes uma noite morrendo de rir no barzinho com amigos pra despressurizar da semana massacrante do que ir pra casa recarregar baterias e pensar em estudar no sábado. Isso só pra começar.
Prioridades que se confundem, mas que piora ainda mais quando se tem mais do que um círculo de amizades. Quando não podemos sempre juntar todos que gostamos e precisamos escolher entre uma coisa ou outra, aí é problema. Quando em um único fim de semana você tem três compromissos diferentes com amigos, um com família, outro regulamentar com os livros e ainda gostaria que sobrasse tempo pra si no saldo final, o que se faz? Bom, simplificando, sendo fim do mês e a grana estando curta, você escolhe ficar em casa ouvindo música e estudando. Sem gastar nada... Super lógico, não? Você fez isso? Eu não fiz...
Já escrevi isso para a Lubi uma vez, vou repetir para mim mesma! Não adianta se obrigar a fazer tudo quando mal conseguimos dar conta de nós mesmos. O clichê “se não pode fazer tudo, faça tudo que puder” super se aplica. Ainda mais a mim que tenho a incrível tendência de criar cobranças que teoricamente viriam dos outros, mas que na real não existem. E aí? E aí que a gente desacelera na base da paulada. Ou seja, espero compreensão dos meus queridos para que entendam que realmente preciso desacelerar. No fim das contas devo estar correndo feito barata tonta, sem estar presente em lugar nenhum e me ocupando com deveres que não se completam nunca. Talvez os queridos mal percebam, mas se percebem demais, espero que agora tenham entendido.
Faz meses, realmente meses, que não sei o que é ficar no meu quarto ouvindo música, lendo um livro, relaxando, fazendo nada. E eu adoro meus momentos eucomigomesma. Parei de cultivar faz tempo. Não tenho semeado muita coisa que vá vingar. Tenho atropelado muita coisa. Mas espero voltar ao rumo certo. Quando percebo que há muito mais para se esperar do que pensamos. Não vivo sem o valor e a intensidade das coisas. Estou me atropelando, me jogando na frente das coisas. E ainda tem o show da Madonna. To ficando tiazona e cheia de peragem, ainda por cima.

May 16, 2008

Hay milonga de amor! Não fora de hora!



Chega uma hora que você percebe que não importa exatamente o que você escolhe, mas sim a paixão que você emprega no que está vivendo. E que não importa se você caiu de pára-quedas ou se foi delicadamente colocada. Ali é o seu lugar naquele momento e é exatamente isso que importa! Continuo falando que sempre haverá coisas que você terá que delegar, outras que jamais poderá cumprir e outras ainda que deverá tacar um "não" bem categórico. Mas aquelas que você puder lidar, ponha sua fé, con fides, por que a receita é bem por aí!

Uma certa omissão na faculdade por conta das novas responsabilidade do trabalho dos meus sonhos que eu jamais imaginei que seria dos meus sonhos mas que já que agora é eu preciso encarar. Esse fim de semana isso vai mudar. Já tenho o planejamento.


Não achei que eu fosse encontrar um lugar pra trabalhar cheeeio de pessoas perfeccionistas e bravas com detalhes pasados desapercebidos como eu! Pessoas que gostam realmente de vestir a camisa e que são perspicazes. Que na sutileza dos gestos demonstram uma sagacidade incrível. É... acho que gosto batante do meu trabalho!

O mais importante desse fim de semana é que tem que ter carinho. Vinho. Comida caseira bem gostosa e quentinha, cinema e uma escolha espetacular como a da semana passada! Já viram O último bandoneon? Vão já! Precavida e bem conhecida por mim mesma como sou, peguei 3 toalhas de papel no banheiro do Reserva sabendo que lágrimas viriam! Saudades da Argentina, das ruas de Buenos Aires, de andar por San Telmo ouvindo tangos por todos os lados... Mas o piro é que chorei desde o primeiro acorde de bandoneon e violinos até os dos créditos finais! Precisei de o dobro de toalhas de papel...! Tango sempre faz meu coração sangrar horroooores! E como eu amo.

Sou muito saudosista sim. Sinto falta até mesmo de crises! E de sentir saudades, de sentir medos, de sofrer de paixão... Puta merda! Como eu sinto falta de uma boa paixão... Daquelas que te tira até o rumo da vida. Que cora a pele (branquela da morena desbotada).
Cozinho empre pensando em bons momentos.
Abro garrafas de vinho pra mim e por mim mesma. Meu egoísmo é bem sutil.
Mas acho que to precisando me permitir mais pra ver se fico mais... leve? Não é essa a palavra. Não sei definir ainda. Só sei que a carência e a abstinência precisa ser suprida. Falta um pedacinho de segurança que deveria estar por perto.
Me faltam braços! E uma boca! Um colo! Um perfume bem amadeirado pra ficar na minha roupa e cabelos... uma pegada da boa... sabe como é. E mesmo assim eu continuo negando cafuné do Bofe1 quando estou gripada ou pra baixo, continuo recuando saídas e chalés aos fins de semana com o Bofe2 por alguma razão. Tsc, tsc. Preciso é de um belo beijo na boca!

Tá frio, muito friozinho pelas escapadas das janelas. Não quero sair pra dançar esse fim de semana. Quero aconchego. Sempre me entrego... por que ainda seria diferente?

May 12, 2008

Meu nome é Aline e eu estou em abstinência!



É bom poder fazer escolhas na vida, muito bom. Numa dessas, escolhi parar de fumar. Não é uma empreitada fácil, diga-se de passagem. Mas também é muito mais tranquilo do que eu poderia imaginar. Fui literalmente pra Rehab. Estou em tratamento ainda, mas estou longe do vicio há exatos 29 dias. Sim, um avanço, uma pequena vitória.


Parar de fumar abriu uma nova janela na minha vida, um novo capitulo. Descobri, depois de 21 anos, que eu posso ter controle sobre as minhas próprias emoções. Eu estava sentindo que a minha vida estava uma bagunça, mas hoje eu sei que eu permiti isso. Minhas emoções me lembravam um grande cavalo negro desgovernado, correndo desesperadamente e me arrastando por onde passava. E como corria esse cavalo! E em cada situação dificil, um maço de cigarros, fácil, era consumido pela minha pessoa. Alivia a tensão? Acho que sim. Ninguém deixa de fumar odiando o cigarro. É gostoso, é prazeiroso. E diversos momentos rimam com o dito. [Café, Sexo, Conversas com as Amigas, comidas, brigas...]Mas eu escolhi ter controle, uma vez na vida. Sem contar a minha saúde, meu bolso e meu aparelho respiratórios, que agradecem.


[Hoje eu montei o cavalo e segurei as redeas.] Me sinto feliz e confiante!


Não posso mudar as coisas que acontecem, mas posso mudar o jeito como interajo à elas.





Um novo folego talvez?
Pela primeira vez na vida to conseguindo juntar dinheiro. Tudo que eu gastava com cigarro tá indo para um cofre.



PS: Não vou ser uma daquelas ex-fumantes chatas e enfadonhas que tentam educar as pessoas dizendo que o cigarro tem um milhão de substâncias quimicas, câncer, fumaça, blá blá blá. Todo mundo sabe. E a real? As pessoas têm as suas necessidades, e eu respeito isso.

I only happy when it rains-------------------------------->

De repente você percebe que muitas coisas não fazem sentindo na sua vida. Claro que isso tudo é muito subjetivo, mas sinto-me um tanto desnorteada e perdida em questões sentimentais... E não é por não ter ninguém afetiva e efetivamente ao meu lado, suprindo carências e levando alguns pesos meus. Na verdade poderia ser justificado em função disso: a perda da estabilidade e da comodidade abrem outros panoramas e diversificam todo o seu modo de vida. Fico feliz por isso. Eu não SOU em função de alguém, sempre me legitimei sozinha. Mas me sinto patetica, completamente patetica por pensar/tentar/ter/nutrir/ qualquer tipo de sentimento (ou coisa que o valha) por alguém.
Eu queria ser mais corajosa e simplesmente me permitir.
Simplesmente.

April 28, 2008

Programa de Democratização Cultural



O Programa de Democratização Cultural Votorantim realiza processos públicos de seleção, abertos a proponentes de todo o Brasil, visando a escolha de projetos de excelência nas mais diversas áreas culturais e regiões do País e que tenham a democratização do acesso à cultura como foco.
Nesta página, você tem acesso ao regulamento da 3ª seleção pública do Programa de Democratização Cultural Votorantim.
E não deixe para inscrever o seu projeto na última hora! As inscrições podem ser feitas até o dia 08 de agosto, às 18h.
Ótima iniciativa com resultados plenamente satisfatórios. Navegue pelo site do programa para conhecer melhor como ele acontece e seus resultados. Desde o começo tenho acompanhado, desde a primeira seleção. Assino o boletim e posso manter o contato, visualizando o desenrolar de projetos inovadores ou simplesmente de aplicação sócio-cultural riquíssima.
E outra iniciativa muito mais lúdica e utópica que recebi por e-mail
"Clarissa
Como vai?
Primeiramente, queremos agradecer-lhe por ter- se inscrito no Geração MudaMundo. Seja bem-vinda ao GMM. O Geração MudaMundo é um programa internacional da Ashoka que incentiva e apóia o empreendedorismo social juvenil no Brasil. Ele estimula que jovens criem iniciativas próprias, partindo dos sonhos e anseios e das mudanças que gostariam de ver no mundo, transformando-os em um empreendimento que gere impacto social positivo”.
A ASHOKA tem a “Visão de que todo mundo pode mudar o mundo”. Por gentileza, envie-nos um e-mail informando sobre :
1- Porque gostaria (ou não) de ser uma empreendedora social do GMM.
2- Veja o anexo dos Passos da Jornada Pedagógica e do Ciclo do Programa.
3- Por favor, até o dia 26 de abril, informe-nos sobre o seu interesse.
Obrigada Neuza Poli, Claudia Walleska
Façam bom proveito!

April 27, 2008

Sobre a mágoa

mágoa
do Lat. macula
s. f., nódoa produzida por contusão;
marca;
fig.,
desgosto;
pesar;
tristeza;
amargura.

É mágoa.
Já vou dizendo de antemão
Se eu encontrar com você
Tô com três pedras na mão
Eu só queria distância da nossa distância
Saí por aí procurando uma contramão
Acabei chegando na sua rua
Na dúvida qual era a sua janela
Lembrei que era pra cada um ficar na sua
Mas é que até a minha solidão tava na dela
Atirei uma pedra na sua janela
E logo correndo me arrependi
Foi o medo de te acertar
Mas era pra te acertar
E disso eu quase me esqueci
Atirei outra pedra na sua janela
Uma que não fez o menor ruído
Não quebrou, não rachou, não deu em nada
E eu pensei: talvez você tenha me esquecido
Eu só não consegui foi te acertar o coração
Porque eu já era o alvo de tanto que eu tinha sofrido
Aí nem precisava mais de pedra
Minha raiva quase transpassa a espessura do seu vidro
É mágoa
O que eu choro é água com sal
Se der um vento é maremoto
Se eu for embora não sou mais eu
Água de torneira não volta
E eu vou embora
Adeus
(Ana Carolina)

Encontrar você na porta era o mecanismo que abriria minha caixinha de mágoas. Eu nem sabia que ela existia. Meu pulo no seu pescoço foi menos intenso por falta de permissão. Você saiu da minha casa e eu fiquei completamente sem energia. Perplexa. Surpresa. Onde a mágoa se esconde? No peito creio que não é, pois o meu já era revirado e vasculhado e essa mágoa nunca era encontrada. Ela também não me deixa tomar decisões verdadeiras, então minha escolha é esperar. Mas talvez não haja mais o que esperar, esse caminho todo que você vai percorrer eu já percorri, faz tempo. Você ainda tem mais uma parte do five steps program, mas vai que nessa maré de surpresas de mim comigo mesma eu não descubro que este programa não tem apenas cinco, mas muito mais passos escondidos no mesmo lugar de onde a mágoa veio e me arrebatou.
Ao mesmo tempo logo digo que mágoa não é coisa que se guarde. Ela é daquelas visitas bem chatas, bem inoportunas, que causam tantos problemas para sair que, quando saem, na verdade são jogadas pra fora. Às vezes elas saem com o cheiro e o gosto de café com raspinhas de limão. Falando nisso, café sempre me faz lembrar que já são 20h do domingo, eu não fui ver Jorge Ben na virada, mas ao menos encontrei algumas pessoas queridas ontem, depois de uma madrugada/dia incríveis em família, matando saudades insanas.
De mágoas muitos peitos vivem. E já tantas vezes encontrei pessoas exatamente no momento em que elas precisavam exorcisar suas mágoas e as ajudei, ouvindo, tudo o que precisava ser ouvido, aconselhando quando o caso e acabando em lágrimas e confissões de sentimentos. Há pessoas que eu jamais diria que têm um peito tão carregado, precisando de válvula de escape. Mas para elas, além de ombros, eu tenho ferramentas essenciais para o conforto. Sempre fui excelente nisso! E adoro quando tenho a chance de exercitar esse meu dom. Sou abençoada com acontecimentos. Agora vou indo lá. A recém-consultora aqui precisa preparar sua roupa para o primeiro dia de trabalho, com cabelo e unhas impecáveis, com sapato novo e lindo demais, quase o dos sonhos. Vamos seguir a tendência mais comum: ocupar a cabeça, se empenhar em trabalho e estudos e negligenciar as mágoas, até que chegue a hora de ter de expulsá-las novamente. Alguém tem um melhor método emergencial?
Excesso de sinceridade também pode ser prejudicial à sanidade do outro. Mas a admiração e carinho e respeito não me permitem ser menos sincera.

April 08, 2008

No cadência da esperança

Tempos de mudanças e muita, muita luta. Fé, auto-astral, coragem.
Correria master na faculdade com provas e trabalhos. Como alguns sabem, fazer Relações Internacionais exige demais do aluno, ainda mais quando este está na reta final do curso, já tendo que pensar no TCC. Além do mais, tenho feito uma verdadeira maratona de entrevistas em três empresas distintas, muito sérias e com boas perspectivas. Elas começaram uma semana antes da minha semana de provas. Cada uma delas me chama ao menos 2 vezes por semana para entrevistas, provas, testes e etapas que parecem nunca acabar. Neste ponto, quando me ligam do RH da empresa para contar que passei de uma etapa para outra, me parabenizando, eu apenas respondo "Ahan, obrigada. Quando tenho que ir aí fazer a próxima entrevista?". A que eu mais quero, por exemplo, já fiz 2 etapas, achando que era já reta final, mas me disseram que ainda tem mais duas! Haja paciência e perseverança. Bem que dizem por aí que nada que é de real valor vem fácil. E é bom que não venha fácil, pois há quem diga também que quando vem fácil, vai fácil...
Fora isso, meu médico oftalmologista me indicou transplante de córnea para ser realizado o quanto antes. Tenho um problema um pouco grave que não tenho muita coragem de falar. Quando algo realmente nos aflige geralmente a coragem some. Quem sabe depois do transplante eu consiga escrever sobre isso e ainda ajudar mais alguém que por ventura tenha o mesmo problema. Mas é um pouco difícil falar de um pequeno mal que causa tanto incômodo, me deixa insegura e aflige, e que eu sempre, sempre encarei como sendo menos sério do que é, um pouco me enganando, mas muito me ajudando a acordar e abrir os olhso todos os dias, sabendo que tenho sempre muito o que ver, ler, enxergar e observar. Isso desde os 14 anos. Já me inscrevi no site do Hospital de Olhos de Sorocaba e agora tenho que mandar uns laudos do meu médico para lá. Essa é a primeira etapa. Tenho me saído muito bem com essa coisa de etapas. ;P
Além disso, aprendi muito a abraçar oportunidades sem pensar muito no tal do caminho. Essa coisa de caminho só me deixava empacada. Qual caminho devo seguir? Qual me renderá mais lucros e louros? No fim de qual deles está meu pote de ouro? Indagações aflitivas, ainda mais na cabeça de uma pessoa que geralmente gasta tempo pensando em problemas e percursos futuros, com a grande capacidade de esquecer do presente! Mas no fim das contas, todo caminho é caminho e os grandes trunfos cabem a nós. Abraçar e vestir camisas, agregar valor ao suor e saber lidar com desafios, tudo isso faz com que exista de verdade um pote de ouro no fim do tal do caminho. Ele pode não vir escolhido. São poucos os afortunados que escolhem um caminho. A maioria simplesmente vai seguindo e mensurando possibilidades. Só sei que muitas coisas que sempre achei pequenas demais para mim meu avô chamaria de oportunidades a serem abraçadas.
Não foi à toa que um dia, pouco tempo atrás, meu avô chegou aqui em casa com uns slides impressos e, na hora do cafezinho de depois do almoço, ele os tirou de sua pasta e começou a lê-los. CLARO que eu comecei a chorar muito, principalmente por receber aquele amor e preocupação do vovô que sempre é tão sutil em suas ações, mas que naquele momento sentiu a necessidade de dar um chacoalhão, antes que a própria vida o fizesse. Nesses slides havia aquela mensagem do discurso do Bill Gates que o vovô recebeu por e-mail. Sim, vovô high-tech. Após ouvir a leitura pausada e cadenciada dos slides, ainda fui surpreendida por um poema lindo que ele me fez. Aliás, em sua sutileza ele apenas começou a ler, sem dizer que era para mim. Só soube quando ao pegar os papéis em minhas mãos vi que na assinatura estava escrito "vovô Lauro".
Para quem não conhece, ou já ouviu uma ou duas frases sitadas por aí, está é a coisa toda, que faz diferença quando lidos por inteiro e sem trilha sonora com o Kenny G.
"Regra 1: A vida não é fácil, acostume-se com isso.
Regra 2: O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de você sentir-se bem com você mesmo.
Regra 3: Você não ganhará US$ 40.000 por ano assim que sair da escola.Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.
Regra 4: Se você acha seu professor rude e chato, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você em nenhuma circunstância. Você será cobrado o tempo todo.
Regra 5: Fritar hambúrgueres, cortar grama ou lavar carros não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de "oportunidade".
Regra 6: Se você fracassar, não é culpa de seus pais, então não lamente seus erros, aprenda com eles.
Regra 7: Antes de você nascer seus pais não eram tão chatos como são agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, levar você à escola, lavar suas roupas, fazer comida para você e ter que ouvir você falar o quanto você é legal. Então, antes de salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto, lavar seus talheres e ser mais amável com sua mãe.
Regra 8: Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores por imposição da Associação de Pais, Alunos e Mestres, mas a vida não é assim, ela sempre fará esta distinção. Em algumas escolas não se repete mais o ano letivo, e o aluno tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece absolutamente em nada com a vida real. A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.
Regra 09: Televisão não é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou o clube e ir trabalhar.
Regra 10: Seja legal com os "Nerds". Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para um deles."
Para quem ainda não conseguiu pegar o espírito da coisa, o negócio é o seguinte: DEIXA DE SER LEITINHO COM PÊRA E LUTE POR VOCÊ, FAÇA VALER SUAS OPORTUNIDADES.

March 31, 2008

Going for it


"Você nunca vai conseguir atender a todas as demandas. É preciso priorizar, fazer escolhas, saber dizer não. Tem coisas que você não precisa fazer imediatamente, demandas que você não pode atender agora e outras que você não poderá realizar sozinho." Sônia Simurro, psicóloga


Meu principal alimento espiritual vem da percepção de que estou construindo alguma coisa.






Alguém aí gosta de indie rock?

Coletâneas mil muito, mas muito agradáveis! Ótimo trabalho, Bruno. Isso sim é serviço de utilidade pública.

March 29, 2008

Noção de realização pessoal e serenidade

Sempre penso em muitos caminhos possíveis ao mesmo tempo. Caminhos para a felicidade. Mas é muito cômodo transformar apenas a aflição histérica em infelicidade. Dalai Lama acredita, pela sua formação budista, que existe sim, em meio a complexidade de cada ser humano, a obstinada possobilidade de ser feliz genuinamente.
Não sei se a minha desorganização em tudo faz parte da minha aflição histérica, pautada em preocupações futuras. O fato é que preciso me habituar a fazer UMA escolha ao invés de ficar pensando em tudo que perderia (é não pensar nos ganhos) ao excluir os outros caminhos. Como agora, estou sentada num parapeito de cimento no Centro Cultural São Paulo pensando se seria melhor assistir um sarau astronômico ou rever de graça "Último Tango em Paris", pois óbvio que quando assisti em casa estava pensando em umas trinta coisas ao mesmo tempo e eventualmente mudava de canal, perdendo sutilezas importantes. Também tem um show de MPB. Será?
Aliás, estou aqui no Centro Cultural pois na minha aflição histérica não fui à faculdade. Peguei o livro "A Arte da Felicidade", do Dalai, e despenquei pra cá em busca de uma atmosfera mais calma e abrangente do que a da minha casa. Isso mesmo estando em casa apenas eu e a senhora minha mãe. Mas o barulho de dois cachorros meus e mais os dos vizinhos com buzinas com ambulâncias e com nostalgia me causou a aflição histérica.
Indo ao banheiro aqui, escuto a banda no terraço, lá em cima no jardim, tocando um chorinho incrível e logo aboli o show de MPB. Hoje não quero uma voz afinada no ouvido, hoje preciso me reapaixonar por São Paulo. Ver suas estrelas e ouvir um bom sambinha, poesia, divagando e encontrando o caminho do reencanto.
Depois que voltei de Buenos Aires admito que perdi um pouco do meu tesão por São Paulo. Mas enquanto eles tem piquetes constantes na Plaza de Mayo, nós temos bebedouro com água de graça e programação cultural apaixonante logo ali. Nosso céu não é tão absurdamente azul celeste no verão, e aqui a minha lente de contato me obriga a andar com soro fisiológico na bolsa pra me livrar da poluição. Mas a nossa melodia é impagável. Não há aflição, mesmo a mais histérica delas, que não seja desbancada por propósitos simples.
E amanhã, sábado, tem show do Lenine na concha acústica da FITO, em Osasco, às 17h. :D
(escrevi ontem. tinha que manter a veracidade)

March 06, 2008

Algumas coisas

Ricardo Viveiros lança biografia autorizada do publicitário Rino Ferrari na Casa das Rosas


“O filho da Dona Anna – A vida de Rino Ferrari, um construtor de sonhos”, foge do estilo comum de “biografia reportagem”, tendo sido escrita com linguagem literária, mas sempre respeitando a realidade dos fatos. (mais...)




Tarsila na Pinacoteca do Estado


Com curadoria de Regina Teixeira de Barros e consultoria de Aracy Amaral, a mostra assinala um momento importante na compreensão do legado de Tarsila. Em meio à celebração dos 80 anos do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, inspirado na pintura Abaporu, é também concluída a edição de seu catálogo raisonné, e a obra de Tarsila do Amaral abre-se a novas abordagens e reflexões, como a que inspira esta exposição: Tarsila Viajante reúne cerca de 40 pinturas e 110 desenhos que apresentam a influência das viagens que realizou na constituição de seu repertório visual. De 19 de janeiro a 16 de março de 2008




Carta a D.

“Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinqüenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra o meu é capaz de preencher.” (Veja mais detalhes no site da Cosac Naif)
hoje vou fazer o almoço e gelatina
vou estudar bastante
continuar procurando emprego
avassaladoramente
pensar em como vou fazer agora que você me veio com todas essas coisas que eu esperava há tempos mas que agora não faço a menor idéia do que fazer com elas

February 29, 2008

Egoísmo x Autruísmo

As excentricidades e defeitos das pessoas são geralmente demonstradas nas pequenas coisas. Como o meu egoísmo, por exemplo. Tenho o péssimo defeito de aumentar a boa vontade quando é algo que me atinge, ou que afague meu ego, que tenha reflexos positivos pra mim. Talvez todo mundo tenha algo assim, talvez ninguém seja 100% autruísta.
Depois de um mês fazendo tudo e recebendo muita coisa única e exclusivamente pra mim, voltar pra casa foi engraçado. Quando você está longe não precisa se preocupar em ajudar sua mãe nas tarefas diárias ou ligar para os seus amigos com uma certa freqüencia para manter contato e saber se eles estão vivos. Não precisa se preocupar em ajudar ninguém com tarefas que a falta de tempo deles exige um pouco de solidariedade do outro. Aliás, acabei me preocupando um pouco mais com essa dicotomia egoísmo x solidariedade.
Aristóteles estava certo. As pessoas de melhor caráter são definitivamente aquelas que agem na direção do bem simplesmente pois gostam de agir em direção ao bem. Não como a maioria das outras que tem de se esforçar para agir de tal maneira e quando o fazem se sentem como deixando de fazer algo por si para fazer pelo outro. Senti-me péssima quando me peguei pensando dessa maneira com uma freqüencia maior do que antigamente, ou melhor, antes da viagem.
Preciso começar a exercitar mais meu lado autruísta, inclusive pq o que eu sempre critiquei em um outro foi sua atitude egoísta. O egoísmo simplesmente não combina comigo. Ainda bem que me lembrei disso a tempo. Ganhei tanta coisa boa na viagem, umas companhias tão perfeitas que podem com certeza virar amizades verdadeiras. Na realidade uma já virou. Uma já tenho carinho extremo. Daí me vem aquela história da responsabilidade pela cativação, sabe? Então. Lá vem minhas exarcebações, minhas intensidades loucas.
Ah, e outra coisa...
Essa coisa de ter relacionamento relativamente perfeitamente estável com uma pessoa relativamente extremamente bem aceita por todos é uma coisa complicada. Depois que acaba seu patamar de exigência se eleva demais. A não-auto-permissão em relação à outros possíveis pretendentes ocorre automaticamente. Não é por fazer comparações, é por simplesmente buscar no novo algo que te assegure o passado. Ou melhor, o que te fazia muito bem no passado. Preciso sim é me lembrar de que qualidades e defeitos todos tem. Os do presente e os do passado. Coisas boas e ruins todos trazem, em uma medida ou em outra. E tal medida nunca é perfeita. O pacote nunca é completo. A sinceridade do sorriso, sim, é o que importa.
Cansei de fazer sexo, agora quero fazer amor denovo. Mas que coisa custosa que é fazer amor. Depende de afetividade e essa é a parte custosa da coisa. Geralmente vem só uma coisa desferrolhada, muitas vezes muito boa, mas que quando acaba... acaba, oras! Ok, foi bom, adeus! Não quero assim. Não quero mais assim. Isso tá me cansando.
Tá vai, mudança de atitude. Homem pra qualquer coisa se acha fácil. E muito deles valem muito a pena. Mas, mas... acho que a parte do cativar e emocionar e tocar mesmo eu não to me permitindo. Daí vem a merda.

February 25, 2008

Um bom ano


Estava lá em Buenos Aires. Já voltei pra essa cidade que me estressa. Pra essa vida cheia de informações inúteis que não facilitam nada. Pra vida única de fim de semana. Ou melhor, pra vida que só acontece aos fins de semana. Pra inércia dos meus dias.

Agora preciso fazer listas. Inclusive das coisas que me irritam e que eu não quero mais que façam parte da minha vida, além de setas puxadas indicando as ferramentas que tenho em mãos. Quero começar a fazer yoga, preciso de um emprego que pague minha faculdade e meus livros dos sonhos.

Lubi, to de volta!
Logo mais escrevo algo agradável =)

February 06, 2008

TEMPO. TEMPO. TEMPO. TEMPO.

O ano mal começou e já estamos nós de novo na correria que tanto gostamos. Eu gosto, pelo menos. Faz com que eu me sinta viva, perdida no meio dos terminais, onibus, livros, requisições, músicas e saudades. Esse ultimo tempo de férias foi bastante esclarecedor pra mim. Eu vi a obssessão. Eu vi tudo de uma vez, ao contrário, do avesso, invertido e não vi nada. Podemos chamar todas as burradas que cometemos de aprendizado? Porque se sim, cometi alguns aprendizados homéricos nesse meio tempo! Mas é assim que eu sei viver, no limite da intensidade com aquilo que considero perigoso pra minha sanidade mental. E depois de alguns arranhões e correções de rota, está tudo plano novamente. As aulas já estão aí, quem acredita que eu já vivi um ano nesse meio universitário? Minha cabeça deu um upgrade total. Política, relações novas, ocupação de reitoria, um mundo cheio de novas nuances. Redescobri Jorge Ben na minha vida e o modo como sua música mexe comigo. Que delícia. Abri a mente pra novos sons e novas pessoas, porque isso aqui nunca para. Live and Learn, aos trancos e barrancos, mas com surpreendentes e incríveis descobertas!

[Clarissa Barbosa, volte logo da Argentina, de preferencia com o meu argentino na mala (Já me acustumei com a ideia dos mullets) porque estou varada de saudade de você. ]

[De repente eu vi
que era isso que eu queria ser
De repente eu vi
porque isso era tão importante pra mim]