September 02, 2008

Da minha densidade, nem os outros escapam


Quem lê este blog há algum tempo, ou já deu uma folheada nos capítulos anteriores, já deve ter se deparado com uma questão que sempre me preocupou: qualidade de vida. Mais do que minhas divagações sobre abrir 4 planos de investimento (sendo o primeiro para a continuação dos meus estudos, o segundo para salvar algum dinheiro e dar entrada no meu primeiro carro, terceiro para meu futuro apartamento/casamento e o último para a escolinha da minha filha, a Valentina – que um dia vai nascer!), tomo um cuidado tremendo para que não me perca demais no meio da minha rotina.
Ok, discurso de quem é frenética, controladora, regrada, inflexível? Muito pelo contrário, discurso de quem é tão, mas tão dispersa que precisa tentar realinhar o foco a cada ação que toma, senão desanda! Coisa de quem adora listas para que elas lhe mostrem o panorama geral da situação. Essa coisa de analisar especificidades não é comigo, enxergo muito, mas muito melhor no panorama. Sou muito desorganizada, por isso tento ter uma agenda como de uma virginiana, que especifica horários de tudo quanto é tarefa e dificilmente perde o foco, pois, levando-se em consideração um desvio mínimo para menos, claro, chego num patamar aceitável de organização!
Mas voltando ao assunto da qualidade de vida. Comecei academia. Faz um mês. Dia sim, dia não acordo uma hora e meia mais cedo, me troco e despenco pra lá. Sempre me jogando da cama, sempre me perguntando desesperadamente “Cadê a força de vontadeee??!!” a cada pensamento de ficar na cama que me arrebata às 6 da manhã. Jogo uma perna da cama, a outra cai e quando vejo que vou realmente cair no chão levanto, me troco, escovo os dentes e chego na academia com cara de quem acordou há 5 minutos. O que é um fato.
A questão é que eu, como a maioria das pessoas que conheço, super se esforça pra dar conta dessa vida de universitário/estagiário/pessoa integrante de uma família/que tem um círculo de amigos/que precisa tomar conta de si, e Deus, como se perde no meio disso tudo. As prioridades se invertem do que seria natural: cuidar de si para que possa cuidar dos outros, cuidar de si para simplesmente conseguir da conta do recado. Mas ao contrário disso tudo, acabo facilmente me deixando levar pelos prazeres momentâneos ao invés de investir no que deveria. Antes uma noite morrendo de rir no barzinho com amigos pra despressurizar da semana massacrante do que ir pra casa recarregar baterias e pensar em estudar no sábado. Isso só pra começar.
Prioridades que se confundem, mas que piora ainda mais quando se tem mais do que um círculo de amizades. Quando não podemos sempre juntar todos que gostamos e precisamos escolher entre uma coisa ou outra, aí é problema. Quando em um único fim de semana você tem três compromissos diferentes com amigos, um com família, outro regulamentar com os livros e ainda gostaria que sobrasse tempo pra si no saldo final, o que se faz? Bom, simplificando, sendo fim do mês e a grana estando curta, você escolhe ficar em casa ouvindo música e estudando. Sem gastar nada... Super lógico, não? Você fez isso? Eu não fiz...
Já escrevi isso para a Lubi uma vez, vou repetir para mim mesma! Não adianta se obrigar a fazer tudo quando mal conseguimos dar conta de nós mesmos. O clichê “se não pode fazer tudo, faça tudo que puder” super se aplica. Ainda mais a mim que tenho a incrível tendência de criar cobranças que teoricamente viriam dos outros, mas que na real não existem. E aí? E aí que a gente desacelera na base da paulada. Ou seja, espero compreensão dos meus queridos para que entendam que realmente preciso desacelerar. No fim das contas devo estar correndo feito barata tonta, sem estar presente em lugar nenhum e me ocupando com deveres que não se completam nunca. Talvez os queridos mal percebam, mas se percebem demais, espero que agora tenham entendido.
Faz meses, realmente meses, que não sei o que é ficar no meu quarto ouvindo música, lendo um livro, relaxando, fazendo nada. E eu adoro meus momentos eucomigomesma. Parei de cultivar faz tempo. Não tenho semeado muita coisa que vá vingar. Tenho atropelado muita coisa. Mas espero voltar ao rumo certo. Quando percebo que há muito mais para se esperar do que pensamos. Não vivo sem o valor e a intensidade das coisas. Estou me atropelando, me jogando na frente das coisas. E ainda tem o show da Madonna. To ficando tiazona e cheia de peragem, ainda por cima.

1 comment:

Vinícius Santiago said...

Slow down babe, slow down.
Um exemplo ótimo: você praticamente desapareceu da minha vida (intencionalmente ou não da sua parte). Sem tempo pra nada (nem pra um e-mailzinho de vez em quando).
Sei que não posso cobrar nada, mas no fim das contas ainda somos amigos, não somos? E eu me importo.
Quando soube do show da Madonna lembrei de você no ato. Estou pensando em ir (Buenos Aires).
Sinto sua falta. E sinto falta de quem eu era quando estava do seu lado. Mas...