Fracasso sempre foi uma palavra muito forte para mim, que na verdade eu nunca associei à minha própria vida. Nunca mal ousei pensar sobre seu significado de perto. Nunca mal ousei pensar em qual ponto minha vida deveria chegar para que eu me classificasse como uma fracassada. Mas agora é realmente assim que eu me sinto. Uma fracassada.
Essa percepção veio quando olhei para todos os lados e me senti insatisfeitíssima. Quando em todas as áreas da minha vida a correspondência era de mediana para ruim. Quando vários pedaços do meu chão começaram a ruir e eu não consegui me equilibrar com o resto que sobrara. Quando perdi, perdi, perdi e perdi. Até não ter mais nada.
Fracasso é quando você acredita que é muito forte, encara (todos) os problemas de frente (os seus e os dos outros) e não consegue lidar com (todas) as coisas, trocando as bolas, os pés pelas mãos, deixando a desejar e se frustrando a cada passo. Insatisfação total. Surtos de riso&desespero diários. Choro&velas. Expectativas&Inconformismos.
Então você vê que há poucos meses atrás estava feliz, estava bem, até um ponto bastante aceitável. Mas agora... agora... sinceramente? Eu mal sei identificar o que me faz mal, o que me faz triste, o que me faz agir na inércia, o que me irrita, o que me comove. Enfim. Qual é a sensação de não ter nada? Mas o que eu considerava como sendo tudo? Pois, continuando no meu processo de insatisfação e miséria pessoal, eu ainda consegui aumentar um problema além das suas fronteiras. E perdi algo que na minha cabeça já estava perdido. Mas pelo visto ainda não.
O negócio é quando você se frustra consigo mesma, se desacredita e não acredita em nada de bom do que todas as pessoas pensam de bom de você. E não adianta. Fala o que você quiser. Mas eu simplesmente me odeio e me amo. Me adoro e me enojo de mim mesma. Cansei. De muita coisa. De mim. Da vida. De acordar todas as manhãs. Realmente poucas coisas conseguem me tirar desse estado de não aceitação.
Por muito tempo eu perdia e ganhava, perdia e ganhava, perdia e ganhava. Caía e levantava, por vezes. Mas cansei de lutar. Esse ano simplesmente me nocauteou. E a cada dia eu consigo piorar cada vez mais as coisas.
Pode sim parecer pura reclamação sem fim, puro melodrama, pura cena. Você poderia deixar nos comentários algo como "então pára de reclamar e se mata logo...". Mas eu só estou cansada. Minhas pernas doem. Meu coração dói. Meus pulmões doem. Sinto faltas. São muitas carências e insuficiências. Me deixa descansar um pouco, não tá dando. Só preciso de cuidados. Tentar se resgatar no meio do percurso não dá. O caminho tem que acabar pra você poder parar. Tentar se levantar enquanto cai é muito mais complicado. E pelo visto eu não fui capaz.
November 29, 2009
November 09, 2009
nada como dias que se seguem com várias noites incríveis no meio
E você já achava que eu tinha ambições? Pense denovo.
Carta aberta ao breve desamor
Oi desamor, como vai?
Se te escrevo hoje, é porque temo pelo futuro, pela minha sanidade, pelo meu sangue.
Se te escrevo hoje é porque eu sou uma pessimista nata e errante.
Não sei onde erro desamor, não sei mesmo. E parece sempre aquele mesmo erro, o de se importar demais. Você é tão querido. Eu gostaria de poder exemplificar pra você o que eu estou sentindo agora, é aquele desespero que você conhece, mas de forma diferente. Sou apocalíptica. Meu peito tá cheio de dor, não sei como me comportar, tento reprimir, mas acho que não vai dar. Afinal, você está sempre aqui, enchendo os espaços com suas camisetas de cores neutras. Escuras. Desamor. Na verdade, percebo que não é só meu peito que está doendo. Tudo doí. Aquela dor irritante de quando alguma coisa está morrendo. Queria me salvar, queria nos salvar. Queria compreender que nada pode dar certo quando começa errado. Mas começamos errados? Eu esperei algum tempo pra ter você; anos. Sempre o mesmo erro, inacreditável. Estou perdida. Estou entregue.
Porque sinto como se você já tivesse ido, e me deixado aqui?
Ou sou eu que me afasto a cada minuto, cortando drámaticamente aquilo que chamamos de vinculo?
Sim, estou perdida.
Saliva. O seu gosto. olhos nos olhos. violência.
Me entrego demais, desamor, eu sei. Me perdoe. Devo agradecer a Deus pela minha intensidade ou devo acender uma vela pedindo pra ser diferente? Eu queria ser diferente, queria que tivesse sido tudo diferente, mas sei que faria tudo igual, de trás pra frente. é aquela coisa da natureza de cada um. Passional. Te dei a mão, estendi meu corpo à você. Não poderia fazer nada que fugisse disso. Completa e irracional liberdade. veja. Sou desfrutável. porque eu não sei me dar aos pingos. Não sei ser pouca, e isso me causa transtornos absurdos e absolutos. Estou em conflito. Tenho o demonio da carne tatuado no corpo. Por isso desamor, se você se for, não bata a porta. não diga palavras fora do tom. não me julgue, meu querido e doce desamor. Tenho olhos para você, estou te vendo panopticamente. dentro de mim.Se te escrevo hoje, é porque temo pelo futuro, pela minha sanidade, pelo meu sangue.
Se te escrevo hoje é porque eu sou uma pessimista nata e errante.
Não sei onde erro desamor, não sei mesmo. E parece sempre aquele mesmo erro, o de se importar demais. Você é tão querido. Eu gostaria de poder exemplificar pra você o que eu estou sentindo agora, é aquele desespero que você conhece, mas de forma diferente. Sou apocalíptica. Meu peito tá cheio de dor, não sei como me comportar, tento reprimir, mas acho que não vai dar. Afinal, você está sempre aqui, enchendo os espaços com suas camisetas de cores neutras. Escuras. Desamor. Na verdade, percebo que não é só meu peito que está doendo. Tudo doí. Aquela dor irritante de quando alguma coisa está morrendo. Queria me salvar, queria nos salvar. Queria compreender que nada pode dar certo quando começa errado. Mas começamos errados? Eu esperei algum tempo pra ter você; anos. Sempre o mesmo erro, inacreditável. Estou perdida. Estou entregue.
Porque sinto como se você já tivesse ido, e me deixado aqui?
Ou sou eu que me afasto a cada minuto, cortando drámaticamente aquilo que chamamos de vinculo?
Sim, estou perdida.
Saliva. O seu gosto. olhos nos olhos. violência.
um abraço apertado e um beijo ardente e afetuoso,
Aline
November 06, 2009
Seguindo o fluxo
O melhor aspecto do tempo nunca parar é a falta dele que dá pra pararmos pra se lamentar sobre os fracassos relativos. Então você pega o melhor do resultado, absorve, acredita e segue firme de cabeça erguida, pensando que não há nada melhor do que continuar no processo de realização contante. Além do mais, Buenos Aires tá chegando!
November 05, 2009
Redirecionamento
Depois de ser atropelada por um bonde e ficar mais esfarelada do que o pó da rabiola depois da ventania, temos que nos recompor. Dou risada quando percebo que por eu ser cabeça dura a vida precisa me ensinar através de grandes acontecimentos, grandes tombos. Já que uma simples plaquinha de "siga por aqui" geralmente não é visível aos meus olhos. Então dessa vez ela me levou por um caminho no qual pude por em prática tudo de melhor que tenho a oferecer, mas não recebi o prêmio final. Fiquei ahazada? Lógico! Minha expectativa era tão grande. Ai, ego, viu. Depois de chorar horrores, dormir quatro horas e acordar toda inchada e com o rímel borrado, fui refletir sobre. E no fim a gestora estava certa, eu não sirvo para trabalhar enclausurada em um ambiente corporativo. Quando abro meus braços o alcance deles é tão maior. Vi depois uma forma de redirecionamento. Mas logo mais, por enquanto preciso me preocupar em esquecer a idéia fixa de fazer bonequinhos de vodu com sabonetes da Natura que ganhei na penúltima fase do processo de Trainee do qual fui eliminada. Como foi me dito, a análise das minhas capacidades não era compatível com o que eles procuravam. Ok. E oq eu faço com meu projeto supra-sumo que formulei e todas as minhas idéias incríveis desenvolvidas ao longo desse processo? Ponho em prática, oras...
Resumindo, agora de forma mais positiva: abracei um processo que me mostrou muito mais de mim do que eu poseria ter percebido em circunstâncias normais, ganhei sabonetes Natura (¬¬'), vi outra possibilidade de direcionamento de carreira e aprendi que se eu fosse menos cabeça dura teria economizado na prática do desespero e exercício da frustração!
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