Tenho aqui comigo uma nova edição dos quadrinhos da Valentina - de 66 a 68, uma rosa vermelha, uma carta, um Anna Kariênina, um O Pequeno Príncipe, muitos postais, muitos cd´s, muitas palavras e um silêncio avassalador e cortante.
Já faz um tempo que parei de cantar. Tinha esquecido muitos acordes que quando consegui relembrar foram arrancados denovo de mim. Andei de um lado pro outro do meu quarto tentando lembrar o que eu costumava fazer quando estava sozinha, pois não queria voltar a deitar denovo. A parte ruim de se ter uma cama muito grande é que ela te impele a pensamentos solitários e desmascaradores às vezes. Principalmente quando de antemão você sabe que vai sentir muita falta de muita coisa. Você deita numa posição desconfortável e permanece nela.
Eu sempre aceitei as nossas diferenças e tentei conviver da melhor forma possível com nossos defeitos. Mas dessa vez não foi justo. Estava tudo bem. Ele sempre me supria de formas diferentes e eu à ele, creio. Porém, quando aceitei esse namoro sabendo que mais tarde viria um 'até logo' muito longo, não pensei que fosse ser tão custoso sentimentalmente. Preciso de chuva em mim. De novas palavras. De novos dias cercados de novas manhãs. Mas não, não quero novas nem velhas pessoas. Preciso de mim, na minha forma mais íntegra, sensata e densa. Só não quero ficar em casa e nem sozinha na rua. Mas a minha sobriedade tem sido de assustar.
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