Há quem seja incapaz de exercitar a gentileza. Que não saiba viver verdadeiramente em família, que não saiba compartilhar sua vida nem muito menos o seu espaço. Isso não quer dizer que todos necessariamente deveriam compartilhar tudo com seus familiares, seria o outro lado da moeda. Mas às vezes as coisas são simples, muito mais simples do que a gente imagina. Essa é mais uma situação em que, depois de muito pensar, eu acabo achando que o melhor é não mais pensar, apenas viver. Pensar demais em certas situações é como vivê-la antecipadamente, mas não como ela realmente é.
Voltando.
O que quero dizer é que um lar é composto por coisas boas. Óbvio. De bons sentimentos, boas palavras, conversas, olhares e gestos. Tá, não precisa me dizer "acorda, Alice", não estou montando uma fantasia de um lar perfeito e intacto. Problemas vêm sim, e como vêm! Vêm até quando somos incapazes de lidar com eles. Aliás, essas são as ocasiões preferidas dos problemas: quando não podemos lidar com eles, quando nos falta fé, paciência, capacidade de lidar, quando não somos fortaleza. Às vezes nem um simples "murinho" nós somos, sabe lá uma cerquinha capenga. MAS, -esse mas é bem importante- nessas horas é que temos que por em prática a família. O ser família. Aquela construída. A família base da vida. Pois é isso o que família é pra mim. E mais: uma via de mão dupla: tanto do apoio que eu busco dos meus pais quanto do apoio que eu espero que eles achem em mim.
Agora, o que não dá é trocar a função "família" pela função "válvula de escape", ou seria "saco de pancadas"? Pode ser que eu seja fraca demais, sensível demais, emotiva demais, carente demais. Mas acho que não. Acho que o que eu espero é tão básico quanto um bom-dia ao acordar, um te vejo mais tarde ao sair, um por favor ao pedir algo, uma gentileza no decorrer dos dias. Lacuna de gratidão, de reconhecimento, de carinho e de gentileza. Às vezes falta até um pouco de respeito. Sempre foi assim. Sinceramente, não acredito que vá mudar enquanto eu não souber parar de mendigar essas coisas. Mas ainda não consegui isolar as coisas, viver a minha vida sabendo que me falta apoio, ou que este é insuficiente. Talvez, daqui à anos eu agradeça. Ainda não sei porque o faria, vai saber. Só sei que as coisas estão complicadas com ele e que eu não sei até quando vou conseguir continuar morando sem conviver assim como tem sido.
Cada família tem seus problemas, cada pessoa tem sua forma de encarar as coisas e de resolvê-las. Algumas brigam muito, mas transbordam carinho, outras nem brigam tanto assim, mas falta muita afetividade, outras brigam demais e não tem lá tanta afeitividade do jeito (esta talvez seja o pior tipo). Não importa. Mas no minha opinião, a única coisa que se leva dessa vida é o amor e os bons momentos, os bons sentimentos cultivados. A falta disso me enfraquece e eu me apóio demais em outras coisas. Na maioria das vezes dá certo, principalmente quando esse apoio vem dos meus amigos e da minha mãe, tias, avós etc. Só não sei como vai ser... bom, deixa pra lá. Sem previsões furadas, vai.
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