September 29, 2007

Dos desencontros, como não poderia deixar de ser


Hoje não queria mais nada além de fazer nada com um bom amigo ou boa amiga junto comigo. Poderia até mesmo ser assistir um filme russo com legenda em árabe, desde que eu estivesse na companhia de um bom amigo ou amiga. O problema é saber quem viria, ou para onde eu iria. O ponto aqui não é dizer que não tenho bons amigos ou boas amigas, pois os tenho e os prezo demais. O problema é encontrar algum dentre eles que gostaria de fazer nada neste momento. Ultimamente o que tenho sentido é que o meu momento nunca é o momento de nenhum deles e vice-versa e reciprocamente e uns em relação aos outros e concomitantemente, seus momentos também raramente são os meus.
Redundância só pra deixar a certeza de que isso não é uma reclamação de falta de atenção daqueles que considero meus verdadeiros amigos, com certeza não. Só sinto que de uns tempos pra cá nossas vidas, como não poderia deixar de ser, tomaram responsabilidades grandes em suas mãos e ainda bem! Sempre vibro demais pelos nossos sucessos e sempre mando vibrações positivas quando sei que algum deles precisa. A reclamação pessoal aqui é que, tristemente, tenho sentido a perda do tato com eles e deles comigo. Não sabemos mais exatamente quando um precisa do outro, pois às vezes a loucura e o caos da rotina nos torna incapazes inclusive de fazer um simples telefonema em busca daqueles que, além de esperar por um telefonema nosso, ficariam incrivelmente felizes de poder nos alcançar.
Hoje parei pra pensar verdadeiramente no porquê dessa coisa maluca de sentir falta e intimamente cobrar atenção daqueles que provavelmente gostariam de receber o mesmo de mim. Foi quando percebi que na maioria das vezes o exercício mais difícil é enxergar a situação de fora, coisa que deveria ser muito comum pra mim, logo pra mim, que tenho feito tantas dezenas de análises nesta semana de estudos reforçados pra faculdade. Mas a vida tem vários aspectos e não é incomum que um deles nos prive de outros, nos mantendo ocupados e deixando mais difícil exercitar nossas capacidades em determinados meandros.
Uma coisa é muito certa: reciprocidade é recompensadora. Vou fazer o máximo para atender aos meus queridos, fazendo com eles tudo aquilo que eu gostaria que fizessem comigo. Há quem diga que não devemos esperar nada em troca. Mas tenho uma visão realista das coisas e já logo falo pra vocês que não existe nenhum ato do ser humano que não seja feito esperando algo em troca, nem que seja fazer caridade esperando um lugar no céu ou luz no coração, sei lá. E quando digo que tenho sim a pretensão de esperar algo em troca é exatamente no ponto do tato. Espero reafirmar/restaurar/reinaugurar nosso tato, porque quando conseguirmos vamos com certeza ser capazes de nos satisfazermos, denovo, vice-versa e reciprocamente e uns em relação aos outros e concomitantemente. Ciclo normal das coisas que eu quero adaptar da melhor forma possível à minha vida.

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