July 30, 2010

Das grandes e boas.


Sabe que tem momentos que se não me agarro a um propósito muito bem definido, acabo deixando a coisa degringolar por alguns momentos. Ainda mais quando ouço frases duras como aquele cara metódico e regulador me disse. Haja paciência. Haja capacidade pra entender que nem todo chefe é um virginiano ótimo de temperamento, assim como uma das suas melhores amigas.
O negócio é que, se em alguns momentos fico mega feliz de ver que tenho dados ótimos passos, em outros, preciso me lembrar disso, pra não mandar ir à merda e viver de trabalho voluntariado até sabe Deus quando. Haja paciência². Trabalhar com alguém tão controlador a ponto de não ter confiança no que você faz é muito complicado. Formada em RI, virando RP por circunstâncias. Esse não é o problema. Antes fosse. 
Daí, to entre dois universos: um que praticamente não me paga (nem muito menos as minhas contas), mas que me realiza incrivelmente. E outro que me paga (bem), mas que me exige em um nível inacreditável, especialmente de paciência. Mesmo sabendo que definitivamente paciência não é lá meu forte, passa dos limites. Diálogo? Outra fase do videogame que não consigo passar. É melhor consentir e tentar acertar a rotina e ver se consegue suprir as inseguranças do controlador do que tentar debater. 

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Por outro lado, pensando só nas coisas que ainda quero muito fazer e logo -- única forma sensata de me manter nessa rotina fortíssima que me encontro. Suportando e superando. O que é ruim e o que é bom. O que não deveria ser e o que é. Uma coisa e outra coisa. 1+1=200. 
Daí, me vem a percepção de que só sei dublar em francês, mas não sei falar devidamente, nem entender. Quero voltar a estudar línguas. Queria italiano agora, mas francês traz outras questões e lembranças e exigências quase pessoais que me chamam. Acho que vou primeiro no francês, de uma vez por todas. 
Daí, o negócio é que ano que vem quero começar a visitar, um por um, todos os amigos que tenho fora do Brasil. Começando pelo Cairo ou seja lá onde o Tahayov estiver. Eu vou lá. Cara, são famílias que não se explica a ligação. Penso nele como se ele fosse um vizinho que não encontro no levador há semanas. Mesmo eu estando morando em casa, não em prédio mais. 
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Vai. Vamos lá deixar de besteiras e viver essa vida. Quanto mais leio, mais entendo que mesquinharias não tem que ter vez. Quero uma viagem. Das grandes e boas.

July 27, 2010

Acho a Mariah Carey incrivelmente brega. Minha coca-cola é sempre sem gelo e sem limão. A Carrie escreveu um dia para a sua coluna: Homens muito bonitos não são bons de cama, porque não precisam ser. Será uma máxima verdadeira?  Livros, livros e mais livros, minha vida devia ser uma leitura continua, mas é só mais um devaneio qualquer. Tcc e aplicação, querida, aplicação. Vodca com limão pra ajudar nos baques dessa vida. E Ipod, claro, my favorite toy. A música rege a minha vida. Chega ser comovente a minha habilidade de me machucar de propósito, só pra sentir cortar. Não é de uma forma triste. Eu apenas preciso aprender a lidar com certas situações. Preciso me sentir viva. I’m only happy when it rains. Cozinha italiana, mexicana, chinesa e agora japonesa também, porque não? Prazer gastronômico. Remoer coisas faz tão mal. Ouvir Chico Buarque na vitrola é completamente diferente de ouvir em outros meios. Roda Viva. Tenho sentimentos controversos, do avesso mesmo. Amor, Sublime e Ridiculo Amor. Transpolaridade. Percebi que se pode amar de várias maneiras, e quem vai dizer que isso é errado? Gosto da sensação de controle, apesar da dificuldade que temos para consagrá-la. Escolhas são escolhas. Eu não gosto de fazer alarde sobre as coisas que acontecem na minha vida, quero apenas ser simples. Eu amo a simplicidades das coisas. Amo sábados ensolarados, puros e azuis. Odeio grosseria, odeio falta de tato, trato, odeio indiscrição. Odeio indelicadeza, estupidez e arrogância. Desilusão não mata ninguém e se você tiver sorte ainda aprende alguma coisa com isso . Transpiração e  Brigitte Bardot. Ultimamente penso em quem tá longe, penso em que tá perto, penso em quem não pensa em mim com a mesma intensidade, penso que vou enlouquecer, mas só penso. o drama mexicano faz parte do que eu sou, afinal. Um minuto de silencio pelo Brasil. Um minuto de silencio pela cidade. Um minuto de silencio por mim, por você e por todos nós. Arruda, Alecrim, Espada de São Jorge, Pimenteira, Guiné, Comigo-Ninguém-Pode e Manjericão. 15 tatuagens. 15. Inclusive uma caveira mexicana a quem chamo de Frida e as datas de nascimento e morte da minha avó. Morbida? Um pouco. Me visto de preto muitas vezes. e gosto disso. Lusco-Fusco, cafeína e cinema. Dias de domingo tem suas peculiaridades, mas os chuvosos arrasam comigo, e muitas vezes de uma forma deliciosa. Meus desenhos da infância sempre tinham chuva...Cheiro de chuva é cheiro de infância, de saudade... A chuva me limpa e me transporta. Eu seria uma pessoa completamente idiota se não seguisse meus instintos e princípios, é melhor parecer idiota pros outros que ser idiota com/pra você mesmo. Mas as vezes a gente se perde nisso, de tanto correr atrás do vento. Nesse mundo o que você é de verdade não conta nada, você tem que parecer algo que as pessoas possam enquadrar. Vai entender. Perdi um dos meu melhores amigos. E o mundo então se tornou um misterio abstrato e absoluto, mas nossas apostas valem alguma coisa quando são feitas de dentro pra fora.


Go Girl.

July 23, 2010

“Espero alegre a saída e espero nunca voltar”
Frida Kahlo








Um dia eu conheci você. Foi um dia, há muito tempo atrás, quando nossas aflições eram outras, pequenas e tolas. Nós éramos apenas adolescentes... E era tão bonito...

Crescemos juntos, colorimos nossa vida juntos. Você sempre impulsivo e magoadinho. Briguento. Perfeccionista. Arrumadinho. Palmeirense roxo. Fã de Heavy Metal e de música do demônio, como eu chamava. Tão presente. Tão marcante. Tão jovem. Tão amigo.
A morte e sua ritualização. Poucos momentos na minha vida foram tão difíceis, tão intensos e tão dolorosos. Você. Carrego no peito um sentimento que não tenho como exteriorizar. O clichê de “não há palavras para descrever” nunca se fez tão real. A vida e suas ironias. Você, meu amigo de tantas horas e aventuras. Louco por futebol, morre após uma partida e no dia da final da copa do mundo. Sem mais nem menos. Sem aviso, sem explicação, sem nada. A espera mais sufocante de todas. A agonia de não ter mais você (fisicamente, com aquela risada que está impregnada na minha cabeça e no meu coração)... Como fazemos? Como ficamos? Sentimos a sua dor, sua ausência, com muito respeito. E amor, muito amor. Amor que nos fez passar mal, chorar um choro incontrolável, uma lamúria doída como só a morte pode proporcionar. Há conserto? Porque estamos quebrados, partidos ao meio.



Eduardo Luis Amaral Martins. O nosso Dú. O meu querido  Minha eterna gratidão por ter construído uma amizade tão sólida, real e bonita conosco. Por sempre ter sido fiel, a você mesmo e aos seus princípios. Por ser um homem de caráter, a quem tive (e tenho) o orgulho de chamar de amigo. Você marcou minha vida pra sempre.
Eu te amo.

July 18, 2010

O prazer de ficar sem tempo


Fico sem tempo enquanto penso em como meu fim de semana de aniversário foi incrível, em como preciso de um plano odontológico, em como já deveria ter feito meu óculos novo, em como eu continuo sendo desorganizada com dinheiro, já que mês que vem estarei apertada novamente, em como meus dois trabalhos andam me dando realmente muito trabalho.
Fico sem tempo enquanto repenso em como sou querida pelos meus amigos, em como eles fizeram do meu aniversário um dos melhores nos últimos anos, mesmo sob as circunstâncias ruins, o que acabou nos deixando ainda mais ligados afetivamente. Como a Joplin gostava de dizer, “eu trocaria todos os meus amanhãs por um dia no passado.” - com certeza sexta e sábado seriam um desses dias para ser escolhidos e revividos.
Fico sem tempo enquanto penso que as coisas vão desanuviando no decorrer da caminhada. E que é difícil abrir mão de um trabalho incrível, mesmo quando outro - pessoalmente, mais incrível ainda - te reserva muito mais futuro; aliás, fico ainda mais sem tempo quando penso que minhas possibilidades são boas, mesmo dentro de panoramas malucos.
Fico ainda mais sem tempo quando penso que a cada dia que passa meus avós ficam velhinhos em dobro. Isso sim me consome horas. Ainda mais quando paro para pensar em seus hábitos da velhice, incluindo os de comportamentos retomados de hábitos sociais aprendidos há mais de 50 anos atrás, e divagando em quais possivelmente serão os meus hábitos da velhice.  

*foto de Alejandro H. - Bola de Banditas Elásticas