July 18, 2010

O prazer de ficar sem tempo


Fico sem tempo enquanto penso em como meu fim de semana de aniversário foi incrível, em como preciso de um plano odontológico, em como já deveria ter feito meu óculos novo, em como eu continuo sendo desorganizada com dinheiro, já que mês que vem estarei apertada novamente, em como meus dois trabalhos andam me dando realmente muito trabalho.
Fico sem tempo enquanto repenso em como sou querida pelos meus amigos, em como eles fizeram do meu aniversário um dos melhores nos últimos anos, mesmo sob as circunstâncias ruins, o que acabou nos deixando ainda mais ligados afetivamente. Como a Joplin gostava de dizer, “eu trocaria todos os meus amanhãs por um dia no passado.” - com certeza sexta e sábado seriam um desses dias para ser escolhidos e revividos.
Fico sem tempo enquanto penso que as coisas vão desanuviando no decorrer da caminhada. E que é difícil abrir mão de um trabalho incrível, mesmo quando outro - pessoalmente, mais incrível ainda - te reserva muito mais futuro; aliás, fico ainda mais sem tempo quando penso que minhas possibilidades são boas, mesmo dentro de panoramas malucos.
Fico ainda mais sem tempo quando penso que a cada dia que passa meus avós ficam velhinhos em dobro. Isso sim me consome horas. Ainda mais quando paro para pensar em seus hábitos da velhice, incluindo os de comportamentos retomados de hábitos sociais aprendidos há mais de 50 anos atrás, e divagando em quais possivelmente serão os meus hábitos da velhice.  

*foto de Alejandro H. - Bola de Banditas Elásticas

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