April 23, 2010

A tal da bolha


   Nas últimas semanas, várias pessoas me disseram ou disseram que alguém que me contou, que estão em um momento "bolha". Daí pensei comigo, momento bolha é só não estar travestida de extroversão, não querer sair muito de casa e rejeitar ligações por preguiça de falar, independentemente de quem fosse, ou inclui também uma mão na consciência?
   Digo isso pois geralmente adiamos afazeres pessoais importantes por não estarmos muito no clima, como, por exemplo, dar aquela polida no currículo. Eu mesma já adiei isso muitas vezes por sempre ter algo muito mais interessante no momento do que ficar polindo currículo, arrumando a gaveta, limpando teclado do note, revisando a monografia, montando projeto de pesquisa, enfim.
   Mas, nessa de adiar, acaba que a perfeição das ações vai sumindo junto. Por exemplo: você não dá a bendita polida no currículo, até que alguém te liga e diz "me manda seu CV pois acho que tem uma boa oportunidade aqui!", daí você corre, ajeita o que deveria ser alterado com tranquilidade e é isso. Você mandou algo meia-boca. Ou às vezes menos trágico, mas muito importante também: você deixa lá, sem revisar nem nada, só atualizando datas e pequenas coisas, quando na verdade poderia encontrar uma maneira muito mais inteligente e eficiente de apresentar-se (e mostrar sua vida até o presente momento) a um completo desconhecido que, quem sabe, pode se interessar pela sua cuidadosa abordagem.

Hum...

   Bom, tudo isso pra dizer que ao invés de ficar no momento bolha só coçando as picadas de pernilongo, vá logo caçar alguma coisa pra fazer que te traga algum benefício em algum momento, vai. A não ser que você realmente precise de fazer "nada" no seu quarto ouvindo Amy, descanso não é sinônimo de inutilidade.

   Enquanto isso, vou continuar a tentar não pensar em Morro de São Paulo e em todos os bons momentos que estou perdendo com as meninas e o Vander, não pensar que ainda vai demorar uma semana e meia para que eu possa dar continuidade aos meus planos por conta de grana e que é bom que meu pé continue no chão, pois agir coerentemente e fazer coisas com excelência dá um pouco mais de trabalho do que os manuais de boas práticas por aí contam. Enfim, continuar controlando minha ansiedade e impaciência. Além de agradecendo pelos bons acontecimentos e pelo fato de que, quando eu acho que já tava bom, a Gle vem e me mostra um jeito ainda melhor de fazer as coisas. Ai, amiga. Honestamente, não sei como você consegue ser tão presente mesmo tendo um oceano inteirinho entre nós. Obrigada pelas boas dicas e conselhos. Sempre tão bem-vindos.
   Lembrando que hoje é dia de Ogum.

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