April 14, 2007

Tudo pois às vezes eu não sei abrir mão das coisas. Principalmenete de mim mesma.

Pra mim sempre foi muito difícil abrir mão das coisas. Meu quarto tem um baú, pequeno, cheio de quinquilharias, variadas, mas marcantes. Ou talvez nem tão marcantes assim. Sou daquelas pessoas que não joga fora cartas, pequenos bilhetes, pequenas lembranças, recordações e pequenos agrados. Não sei deixar nada ir embora, antes que seja realmente necessário. Às vezes só deixo depois da hora certa, sabe? Quando o prazo já passou. Mas antes tarde do que mais tarde. Certo?

Com pessoas funciona da mesma maneira. Esta semana tive duas notícias chocantes. Sabia que um tio querido meu estava internado, mas não tinha detalhes. Estou em semana de provas da facul então acabei não ligando pros meus familiares pra saber detalhes. Mas ontem de tarde, quando estava estudando, minha avó ligou dizendo que meu tio está com câncer terminal. O que me veio à cabeça foi "Câncer? Denovo?". Minha família tem um histórico considerável de câncer e isso sempre me doeu demais, pelos casos que já vivi. E chorei. Muito.
Indo pra faculdade minha madrinha me liga, do interior, pra dar a notícia de que um amigo de lá da fazenda morreu num acidente de moto na estrada. Fiquei muito abalada pois apesar dele morar muito longe sempre tivemos uma amizade muito saudável e gostosa, desde quando eu o conheci, quando eu tinha 9 e ele 8 anos. Foram muitas conversas de noite no terrerão da fazenda e sem dúvidas ele era minha melhor companhia/amizade lá. Certas coisas acontecem e não somos capazes de compreender. Tá fora do nosso alcance essa percepção.
Na faculdade não consegui me acalmar o suficiente pra fazer prova de estatística... estava segurando o choro, mas quando abracei um amigo comecei a chorar demais. Fiquei um pouco transtornada, completamente triste. Mas acabei me acalmando e fui fazer a segunda prova, de administração. Fui bem.

Tem coisas que não é fácil pra ninguém. Foi uma semana muito pesada pra mim. Ainda faltam duas provas semana que vem... Depois vou comprar uma garrafa de tequila no mercado mais próximo.

1 comment:

Lubi said...

Eu entendo o que é isso. Sou tão apegada...
E não me dói só quando morre. Me dói e muito mais quando a pessoa quer partir da minha vida e eu tenho que aceitar.
Isso dói mais.
Porque quando uma pessoa vai quer dizer que ela não te ama. Mais.

*

Gostei muito de falar contigo hoje. Poxa, fazia tanto tempo.
Conforme as certezas sobre a viagem vão chegando, eu te aviso.

Um beijo.