January 27, 2009

Braveza!


Hostilidade é aquilo que derramam em você. Paciência é o nome daquilo que temos que ter pra não surtar. As pessoas estouram por muito pouco hoje em dia.
O que importa é que quinta vou jantar com as amigas da faculdade e falar mal dos homens. Sim, esse é um ótimo passatempo. Sexta, se tudo der certo, vou no Léo, aniversário do meu querido. E no sábado tem churrasco delicioso com outras paixões, que inclui a Aly.
E enquanto ainda não chegam todos esses dias de horas perfeitas, continuo controlando meu temperamento e buscando melhores formas de lidar com pessoas realmente grossas.
Ah, e otimismo é aquilo que precisamos tirar do armário todo santo dia de manhã.

January 26, 2009

Só se vive por si. - Me ajuda a viver?

Esse fim de semana, fazendo parte do meu calendário de eventos sociais de início de ano, fui à São Carlos pra formatura de uma das pessoas mais importantes da minha vida e a encontrei feliz pra cacete por ter sobrevivido aos 5 anos do curso de engenharia da UFSCAR, mas frágil, sentida, angustiada e com muito, muito medo em relação ao novo futuro que dava as caras. Daí então eu pus de lado a minha fragilidade, sentimentos, angústias e medos e abracei a dor dela, como eu sou mestra em fazer quando um amor meu precisa disso. Encostei a minha princesa na parede e passei à ela todo resquício de fé e autoridade que eu ainda tinha. Impulsionei fortemente, assim como fizeram comigo pouco tempo atrás no estacionamento de um shopping em Jurubatuba.
Depois, voltando pra casa, logo pensei... mas que puta merda! Nesse mundo a gente pode estar um fiasquinho, passando por seja lá o que for, que só nos levantamos por nós mesmos. Não adianta! Quem nos ama pode sim nos incentivar, nos passar um pouco de fé, dar palavras doces e abraços apertados, nos tacar na parede e nos esbofetear... Mas o processo é nosso e não há a possibilidade de compartilhar a carga. Todo mundo tem a sua carga.
Daí então pensei que, sendo assim, irremediavelmente dessa forma e sem me iludir, eu realmente deveria aprender a descomplicar e dizer não. Uma amizade superficial quer tomar meu tempo? Não vou. Meu tempo é muito bem direcionado aos amigos de verdade. E é por eles que eu vou pra Jurubatuba, pra São Carlos, São Vicente e o inferno, se preciso for. Vou mesmo. Tenho 50 chances de me desvencilhar do trabalho? Não vou. Cadê a porra do foco, garota? Priorizar é a chave, pra mim listas funcionam muito bem. Mas não preciso delas pra saber o que é importante na minha vida: família, trabalho, amigos, faculdade. Se me dedicar à isto, não vai sobrar tempo de fazer merdas. Simples! Receita simplista, mas que funciona. Meu ano mais improdutivo academicamente coincide com minha fase mais oba-oba-miserável. Muito explicável.
Pedir ajuda pra viver é complicado. Algumas vezes dá um alívio muito forte quando vc diz 'estou angustiada' e ouve em retorno 'estou aqui'. Pode parecer pouco, mas nossa... Quando você está frágil demais, o mais importante é ter onde se apoiar, porque tudo dá muito medo. E eu ando assim, cheia de medos ultimamente. Primeiro tive a impressão de que um turbilhão estava por vir, mas depois vi que não. Ele já estava aqui. E meu desconforto era justamente para sair dele.
Me poupe das suas escolhas. As minhas já são bem fortes. Eu digo não à você, tudo enquanto procuro aprender a simplificar a minha vida e acalmar a minha mente. Minha fé foi absurdamente abalada. Mas luz ao meu redor é o que não falta. Nunca faltou e nunca vai faltar.
Acendi minha vela denovo, junto com um incenso bem gostoso. Meditação toda noite pra dormir bem, senão o sono foge e os pensamentos absurdos voltam. Resquícios de sociopatia e aversão à barulhos. Aversão ao caos. O caos me choca, me dói. Minha casa é meu refúgio.
SE É PRA ESTAR EM CASA, ESTEJA LÁ DE VERDADE.
SE É PARA TRABALHAR, TRABALHE DE VERDADE.
SE É PRA SER AMIGA, QUE SEJA DE TODO O CORAÇÃO.
certas coisas realmente têm um limite. às vezes bem delimitado.

O Imaginário, O Subjetivo, O Diferente e Algumas Conversas

Transcrição de conversa entre Maíra e Eu, sobre vazios, diferenças, desencontros, abismos e o famoso "SE".


Má said:

É até estranho tentar explicar, mas e se eu te dissesse que às vezes tentar domar as coisas é impossível?Tipo, por que inferno nós, mulheres de 20 e poucos, aparentemente, eu disse aparentemente resolvidas consigo e com tudo aquilo que prevêm deixam com que coisas escapem do planejamento e virem um inferno?Parece meio irônico, mas a complexidade das coisas não mora só na gente, mas em TODO mundo. Não que isso seja justificativa pra todas as atitudes mais ridículas do mundo, mas as vezes pode ser uma explicação.E se a resolução fosse perceber que a complexidade é que possibilita tudo, até o egoísmo?... tipo, mil lados da moeda, que fazem a gente se envolver na loucura, no frenezi das nossas cabeças, das relações, dos rolês homéricos que nos enchem de tanta coisa pra lembrar que dá até pra largar por um minuto aquilo que a gente queria esquecer... a permissão pra largar tudo! De outro lado, é isso mesmo que nutre na gente a procura... tudo bem que desde o TÁCITO (rs) todo mundo já procurava muita coisa e hoje não podia ser diferente. A gente procura tudo: preenchimento para vazios conhecidos e desconhecidos e até mesmo sarna pra se coçar como minha vó dizia, mas cara, ninguém tem obrigação de achar nada!"No auge da juventude" me parece que nunca vai ser possível solucionar todas as questões que a gente têm em mente, até por que elas sempre vão aparecer, talvez mais latentes, talvez aumentendo nossa força e talvez até em forma de maturidade.Eu penso que se a gente se livrasse disso ia ser até estranho, porque mesmo sendo piegas, ser humano é procurar mesmo! E às vezes no meio da procura por sei lá o que, a gente pode ganhar ou perder alguma coisa. Tipo, se a vida te der limões... saca?O que me mata é o "e se"! E se eu não tivesse ido, e se ele tivesse pedido, e se eu tivesse negado, e se não, e se as coisas tivessem sido todas diferentes, e se eu me vejo de um jeito e reflito outro? Uma vez no meio de uma briga me falaram (nem precisa citar nomes, precisa?) "eu odeio esse seu e se.... pq você não pode viver de boa cacete?". Eu fiquei mal pra caralho, fiquei muito tempo me controlando pra não pensar que "e se...", pra nunca, nunca pensar numa realidade diferente, mas agora, depois de um tempo eu vejo que a possibilidade representa pra gente o sonho, e que o sonho não precisa deixar de fazer parte de mim... talvez ele me barre, talvez me ajude. No fim, o que me mata e me priva de viver muitas coisas, faz parte da minha própria natureza! {...}


Aly said:

Sim, domar coisas é impossível. Elas sempre escapam furtivas por alguma brecha da nossa mente. Mente jovem no ritmo frenético.
Acho que o famoso “se” é uma esperança de que todas as suas convicções podem não estar erradas, é uma possibilidade de você não se decepcionar com a dureza que o mundo pode te fornecer. O "se" cria um imaginário para que possamos contar a nossa história de uma forma diferente. Nossa.
É válido?
O que eu acho é que às vezes você cria um mundo inteiro de possibilidades, relações, discursos que na verdade não existem. O 'se" é uma abstração, e é foda vc saber que tudo aquilo que vc criou não passava de uma simples casualidade, as coisas não são e pronto. Sem firulas, sem pestanejos. Não são, são outra coisa
Realmente desde que o mundo é mundo a gente procura por “sarna” pra nos coçar. Sempre que a tempestade vai embora e a calmaria toma conta das nossas vidas chega aquela sensação de que algo está errado, algo está fora do lugar. Pensei bastante, e acho sinceramente que a questão que me afeta é exatamente nesse ponto. Não há nada de tão excitante na minha vida e por isso recorro a ultima sensação de “selvageria”, de inconstância que eu vivi. É tão lógico, tão explicavelmente lógico que eu até me acalmo. E ainda a bebida me tenta a ser convidativa com aquilo que me atinge, de alguma maneira. Sempre procuro me calar pra não tornar real, mas de fato o que adianta? Subjetivamente tô sempre em busca do dilema pra dar um sabor especial na vida, não sei se é cômico ou trágico.
Mas também tem a questão das diferenças...
Porque nos sentimos diferentes? Somos, de fato, diferentes? Em que?
Toda a aceitação de que necessitamos (sim, todo enquadramento nos padrões – quaisquer que sejam – preocupa a nossa mente, em algum momento) está envolta em outras muitas questões que não dependem de nós, recebemos o exterior para somar, para acrescentar ao que somos, mas ficamos um pouco perdidas com toda a idéia que as pessoas têm do modo de vida que nós temos. No primeiro momento, dizemos um foda-se bem grande, com letras maiúsculas e tudo mais. Mas depois, bate o desconforto de estarmos sempre em transição, sem sabermos exatamente em que ponto paramos para nos importar com essas coisas. “Porque será que ele me vê assim? Um pergunta com muita Subjetividade Humana? Total. Precisamos da aprovação alheia para ser. E isso é muito difícil quando somos “externa e internamente” passionais e diferentes. Pelo menos diferente no que diz respeito a imposições propriamente ditas que não aceitamos de prontidão.
A minha paz está intimamente ligada ao caos que rege o mundo.


achei tão pertinente...
- Ah - Eu só quero uma coisa- Dizer não sem que isso doa em mim -

This Little Light of Mine Ou da Série Eu Não Quero, Parte I



[Um dia você acorda e percebe que a vida segue. O sol continua brilhando lá fora, esperando para ser reverênciado, não importa o quão insuportável tenha se tornado a sua dor, mesmo que você se sinta a pessoa mais miserável de todo um planeta.]


Tenho pensado muito sobre planos, ano novo, recomeços.

Tudo o que eu não quero esse ano é ser uma pessoa pretenciosa. De querer demais, sabe? Acho que quem pede demais esquece de agradecer, acumula e quer sempre mais. Acho admirável o poder de foco e determinaçãodas pessoas pretenciosas, mas não é pra mim. A minha é outra. Tô me sentindo mais calma, mais contida, não sei explicar. Essa coisa de pretensão. Não quero abraçar o mundo, não quero ser a melhor aluna da faculdade, não quero, tô meio de ressaca, meio virada, do avesso.

E o ano novo (tudo bem - estamos no dia 26, praticamente final do mês, mas antes do carnaval tudo é ano novo) não devia trazer aquele frescor dos grandes recomeços, dos grandes e enormes projetos, de todos os sonhos que serão engavetados UM a UM ao longo dos inexoráveis 365 dias restantes? Sem demagogias, sem apologias. Acho bonito e tal, essa coisa de ter a listinha de planos, organizar a cabeça de um modo estruturado e conciso. Mas pelo menos comigo isso sempre dá o efeito contrário, fico louca, uma bagunça. E tinha a mania de instituir varios "anos novos" sempre que eu perdia o fio da meada. Perdi a carteira? Então vamo começar mais uma vez e feliz ano novo! Fiz uma burrada passionalmente homérica! Feliz ano novo! U-hu!

Ah, não dá né? Isso é coisa de gente pretensiosa! Preciso mesmo de um ano novo pra poder começar de novo, ou melhor, pra seguir em frente?

Não ser pretenciosa não significa não ter desejos, planos, projetos. Claro que eu tenho os meus. Eu só não quero ter uma data especifica pra recomeçar, não quero ter um cronograma, só a paz de ter todo o tempo do mundo pra realizar aquilo que precisa ser realizado.

O meu frescor é outro.




January 23, 2009

When I get your soul, I'll paint your eyes


Descobri que associo inconscientemente amor à dor. Louco isso, né? Porque andei pensando, quando eu sinto alegria, irritação, preguiça, agitação, desgosto, rancor etc, eu consigo claramente identificar. MAS, quando eu gosto de alguém ou quando eu estou sofrendo por isso, eu acabo indo no automático, inicio e acabo as coisas sem perceber. Uma praticidade absurda. Super metódica e ignorando muitos fatores, como o pesar.Tudo isso SEM passar ilesa.
Há quem diga que bloqueamos as coisas ruins, já disse que minha memória seletiva é muito boa. Tem inclusive alguns fatos que eu gostaria muito de conseguir recordar depois de anos pra ver se agora, com a sabedoria que a vida me deu (hum?!rs), eu consigo compreender melhor os fatos. Quem disse que eu consigo??? Quanto mais traumatizante, menos eu lembro. Tenho vagas lembranças. Só. Desconexas.
Por isso talvez que eu tenha a incrível capacidade de reciclar muitos sentimentos, continuar a gostar, voltar a gostar, esquecer traumas às vezes. Mas mágoas ficam. Louco isso, né? Percebo nas sutilezas. Então ponto. Não posso fazer isso comigo. Eu não tenho prestado atenção às coisas que eu sinto. Ignoro taaanta coisa. Pra ver se me saio melhor, sabe? Tem coisas que não dá. E acabou.
Falando em acabar. Tem coisas que quando acabam é porque tinham que acabar. Elas acabam. E assim sendo, eu não tenho que tentar ressucitar. Histórias de 5 anos, com certas pausas, que eu reviro e vou atrás. Pra quê? Lembro de muitos bons momentos, mas também de muita, mas de muita dor e de um amor absoluto do qual às vezes ainda acho que não me desvencilhei. Acho que nunca quis me desvencilhar. Louco isso, né? Como não se ressucita defunto, nem sentimentos, nem felicidades, ponto denovo. Presente, passado e futuro tudojuntoagora. Até parece.
Tem pessoas que não precisam ser amigas. A Aly sabe do que eu to falando. Tem pessoas que não tem que se amar. E outras que se amaram, mas que moveon, né galera. Pelamor... Outras coisas que merecem muita atenção, mas na medida e no momento. Depois praticamente não importa. Ou você faz o certo naquele momento ou depois o trabalho é sem dimensão pra reavaliar a dimensão dos estragos. Ai, e o pior é que me sinto super na obrigação de me redimir em alguns assuntos. Já em outros, nem um pouco. Já menti. Já omiti.
Aliás, como é que sou capaz de dissimular tão bem quando é confortável pra mim. Eu, hein. Lado negro da força. Já menti fenomenalmente algumas vezes. Tão bem que depois sofri vivendo minha mentira, sentindo a dor que inventei, sabe? Louco isso, né? Uma das mentiras foi tão bem contada, que nossa, quase me deu dó. Mas ficou no quase, a dó não chegou não, na verdade. Eu, hein. Sou bem egoísta quando preciso.



Esse findi ñ quero pensar em São Paulo. Nem em prédios. Nem em investimentos e aquisições. Nem em taxas de retorno menores que 1%. Nada disso. Preciso siacabar. Deitar o cabelo na pinga. Beijar na boca. Exorcisar. Dançar. Ahazar na buatchy. Sijogar. Tudo isso por apenas 5 reais! Tem jeito??



Louco isso, né?

Lovely.

January 06, 2009

Resoluções - p.1: O Amor

Nunca fui boa em dizer não, esquecer, viver finais. Sou ótima em reciclar, principalmente sentimentos. Deve ser por isso que me sinto incapaz de me convencer de que as coisas um dia acabam. Especialmente quando nada aponta para isso!
Tenho algumas amarras sim. Mas elas são absurdamente confortáveis. Eu não sei tirar pessoas de mim! É por isso que por mais que eu queira um novo amor arrebatador, eu sempre acabo me boicotando sem perceber. Dá sempre um sentimento de não levar as coisas muito à sério e suprir apenas o presente, já que eu sinto que meu amor de verdade não tá nesses caminhos de hoje.

Talvez devesse me livrar dos pesos do passado. Como um certo cachecol preto e branco que habita meu guarda-roupa até hoje. Mas esses pesos são muito brandos. Ao mesmo tempo que jamais jogo cartas fora, consegui deixar pra lá a caixa de origamis. Guardo um CD que ficou comigo, mas não revelo as fotos. Guardo a aliança, mas bloqueio lembranças. E por aí vai...

Acho que preciso definir logo o que eu quero. Se é me prender aos resquícios presentes ou ir. Sou péssimas em escolhas. De esmaltes à caminhos. Péssima. A manicure sempre escolhe a cor da minha unha. Mas os caminhos são meus. Ninguém pode pintá-los por mim. E eu nem quero! Enfim... Essa parte por enquanto fica sem resoluções.

Nada com nada.

Além da Flora matar o Dodi para proteger a Donatela, comecei a pensar sobre a possibilidade de me casar. Só me falta acertar o marido.
Agora preciso fazer umas dissimulações aqui. Por que quando convém, eu consigo.
Morar no sossego dá trabalho. Ganhei uma mochila de Natal para carregar o sapato de salto alto. (e a bolsa de maquiagem e o material da faculdade e o futuro notebook e livro e revista e garrafa de água e barrinha de cereal... oO')
Preciso tirar logo minha carta de motorista. E roubar o carro do meu pai.
Também preciso ficar rica. Logo.
Se tiver o mestrado que eu quero no RS... será?

January 05, 2009

Haja água pra passar debaixo dessa ponte

Este ano não teve pé na areia, nem flores para Yemanjá. Não teve toda a família, nem problemas com o trânsito na volta para casa. Não teve rímel borrado, nem espírito de super renovação. Também não fiz minhas tradicionais listas. Sempre faço várias delas, uma para cada área da minha vida. Também não teve um prosecco da melhor qualidade como todo santo Ano Novo. Também não teve duzentos parentes reunidos.
Esse ano teve pé com chinelo, vestidinho branco de corte muito bonito, garrafa de Sidra não muito gelada. Teve maquiagem espetacular, sou muito fã de glamour nos olhos na virada, mas sem rímel. Rímel sempre me causa problema em festas de fim de ano. Teve alguns poucos parentes, novos amigos, muitas conversas especiais e constatações significativas.
Sabe a sensação de que aos 23, quase 24 anos, sua vida está começando? A SUA vida, não a que você costumava viver pelos outros. Não aquela que se moldava em prol da melhor resolução dos conflitos alheios. Depois de 23 anos vivendo submersa em ilusões, finalmente consegui começar a respirar no fim de 2008. Depois de quase explodir algumas vezes. Depois de perceber que tudo piorou muito na minha cabeça antes de vir a luz. Porque, como tudo nessa vida, as coisas sempre pioram muito antes de começarem a melhorar.
Às vezes é tão difícil entender que o que as pessoas nos dão pode parecer pouco e menos satisfatório ainda, mas é o limite da capacidade delas. Levei anos para aceitar isso. Anos para perceber que se fosse eu, no lugar dessas pessoas, talvez eu não estivesse me saído tão bem quanto elas. Cada um realmente tem o seu limite.
Minha mensagem vem dizer que, por mais problemas que contenham, famílias são famílias. Hoje em dia elas são as únicas coisas sólidas e tradicionais que existem no mundo. Todo o resto, a meu ver, se tornou descartável. Sou grata aos meus pais simplesmente pelo fato de terem me dado a vida. Parece exagero, não? Acreditem que não é! Sou grata aos meus avós e tias pela força interminável e incessante por todos esses meus 23 anos. Principalmente quando quase perco a linha e muito mais.
Quando somos novos as válvulas de escape são tão acessíveis e frágeis. Nos pegam com tanta força. Eu tive várias amarras, já passei por tantas sozinha por um lado, mas muito bem amparada pela avó e madrinha que, se não fossem elas, talvez eu nem estivesse conseguido me largar de certos vícios. Restaram algumas seqüelas como a compulsividade e a falta de imagem de amor próprio – o que tem uma complexidade à parte – mas sabe aquelas árvores que crescem nos ambientes menos propícios e mais desafiadores e que ganham madeira nobre e alicerces sólidos através do processo de desenvolvimento? Assim sou eu.
Hoje em dia digo fácil que pode vir o que vier. Já passei por tantas que, filha de guerreiro como sou, não tenho medo. Enfrento, desafio e consigo defender os meus, à mim e alcançar o conforto novamente. Ainda tenho problemas para simplificar redemoinhos. Mas graças a Deus certas pessoas me falam coisas certeiras sempre que é necessário. Pessoas que já deveriam ter saído da minha vida há tempos, mas que nunca pude deixá-las ir, tamanha importância. Elas atuam como anjos, volta e meia.
Ainda preciso dar um pulinho na praia, afinal já me mostraram que ninguém caminha abandonado nessa vida. E como tenho pai e mãe, preciso agradecer a eles pela ajuda toda nessa minha jornada. Minhas flores mais lindas para Yemanjá, minha cabeça em agradecimento pelo amparo sem tamanho. Vamos ver como me saio agora nessa fase de andar pelas próprias pernas e fazer as coisas por mim. Pois, por incrível que pareça, é bem difícil pensar na minha vida como sendo pertencente somente a mim.