Este ano não teve pé na areia, nem flores para Yemanjá. Não teve toda a família, nem problemas com o trânsito na volta para casa. Não teve rímel borrado, nem espírito de super renovação. Também não fiz minhas tradicionais listas. Sempre faço várias delas, uma para cada área da minha vida. Também não teve um prosecco da melhor qualidade como todo santo Ano Novo. Também não teve duzentos parentes reunidos.
Esse ano teve pé com chinelo, vestidinho branco de corte muito bonito, garrafa de Sidra não muito gelada. Teve maquiagem espetacular, sou muito fã de glamour nos olhos na virada, mas sem rímel. Rímel sempre me causa problema em festas de fim de ano. Teve alguns poucos parentes, novos amigos, muitas conversas especiais e constatações significativas.
Sabe a sensação de que aos 23, quase 24 anos, sua vida está começando? A SUA vida, não a que você costumava viver pelos outros. Não aquela que se moldava em prol da melhor resolução dos conflitos alheios. Depois de 23 anos vivendo submersa em ilusões, finalmente consegui começar a respirar no fim de 2008. Depois de quase explodir algumas vezes. Depois de perceber que tudo piorou muito na minha cabeça antes de vir a luz. Porque, como tudo nessa vida, as coisas sempre pioram muito antes de começarem a melhorar.
Às vezes é tão difícil entender que o que as pessoas nos dão pode parecer pouco e menos satisfatório ainda, mas é o limite da capacidade delas. Levei anos para aceitar isso. Anos para perceber que se fosse eu, no lugar dessas pessoas, talvez eu não estivesse me saído tão bem quanto elas. Cada um realmente tem o seu limite.
Minha mensagem vem dizer que, por mais problemas que contenham, famílias são famílias. Hoje em dia elas são as únicas coisas sólidas e tradicionais que existem no mundo. Todo o resto, a meu ver, se tornou descartável. Sou grata aos meus pais simplesmente pelo fato de terem me dado a vida. Parece exagero, não? Acreditem que não é! Sou grata aos meus avós e tias pela força interminável e incessante por todos esses meus 23 anos. Principalmente quando quase perco a linha e muito mais.
Quando somos novos as válvulas de escape são tão acessíveis e frágeis. Nos pegam com tanta força. Eu tive várias amarras, já passei por tantas sozinha por um lado, mas muito bem amparada pela avó e madrinha que, se não fossem elas, talvez eu nem estivesse conseguido me largar de certos vícios. Restaram algumas seqüelas como a compulsividade e a falta de imagem de amor próprio – o que tem uma complexidade à parte – mas sabe aquelas árvores que crescem nos ambientes menos propícios e mais desafiadores e que ganham madeira nobre e alicerces sólidos através do processo de desenvolvimento? Assim sou eu.
Hoje em dia digo fácil que pode vir o que vier. Já passei por tantas que, filha de guerreiro como sou, não tenho medo. Enfrento, desafio e consigo defender os meus, à mim e alcançar o conforto novamente. Ainda tenho problemas para simplificar redemoinhos. Mas graças a Deus certas pessoas me falam coisas certeiras sempre que é necessário. Pessoas que já deveriam ter saído da minha vida há tempos, mas que nunca pude deixá-las ir, tamanha importância. Elas atuam como anjos, volta e meia.
Ainda preciso dar um pulinho na praia, afinal já me mostraram que ninguém caminha abandonado nessa vida. E como tenho pai e mãe, preciso agradecer a eles pela ajuda toda nessa minha jornada. Minhas flores mais lindas para Yemanjá, minha cabeça em agradecimento pelo amparo sem tamanho. Vamos ver como me saio agora nessa fase de andar pelas próprias pernas e fazer as coisas por mim. Pois, por incrível que pareça, é bem difícil pensar na minha vida como sendo pertencente somente a mim.
Esse ano teve pé com chinelo, vestidinho branco de corte muito bonito, garrafa de Sidra não muito gelada. Teve maquiagem espetacular, sou muito fã de glamour nos olhos na virada, mas sem rímel. Rímel sempre me causa problema em festas de fim de ano. Teve alguns poucos parentes, novos amigos, muitas conversas especiais e constatações significativas.
Sabe a sensação de que aos 23, quase 24 anos, sua vida está começando? A SUA vida, não a que você costumava viver pelos outros. Não aquela que se moldava em prol da melhor resolução dos conflitos alheios. Depois de 23 anos vivendo submersa em ilusões, finalmente consegui começar a respirar no fim de 2008. Depois de quase explodir algumas vezes. Depois de perceber que tudo piorou muito na minha cabeça antes de vir a luz. Porque, como tudo nessa vida, as coisas sempre pioram muito antes de começarem a melhorar.
Às vezes é tão difícil entender que o que as pessoas nos dão pode parecer pouco e menos satisfatório ainda, mas é o limite da capacidade delas. Levei anos para aceitar isso. Anos para perceber que se fosse eu, no lugar dessas pessoas, talvez eu não estivesse me saído tão bem quanto elas. Cada um realmente tem o seu limite.
Minha mensagem vem dizer que, por mais problemas que contenham, famílias são famílias. Hoje em dia elas são as únicas coisas sólidas e tradicionais que existem no mundo. Todo o resto, a meu ver, se tornou descartável. Sou grata aos meus pais simplesmente pelo fato de terem me dado a vida. Parece exagero, não? Acreditem que não é! Sou grata aos meus avós e tias pela força interminável e incessante por todos esses meus 23 anos. Principalmente quando quase perco a linha e muito mais.
Quando somos novos as válvulas de escape são tão acessíveis e frágeis. Nos pegam com tanta força. Eu tive várias amarras, já passei por tantas sozinha por um lado, mas muito bem amparada pela avó e madrinha que, se não fossem elas, talvez eu nem estivesse conseguido me largar de certos vícios. Restaram algumas seqüelas como a compulsividade e a falta de imagem de amor próprio – o que tem uma complexidade à parte – mas sabe aquelas árvores que crescem nos ambientes menos propícios e mais desafiadores e que ganham madeira nobre e alicerces sólidos através do processo de desenvolvimento? Assim sou eu.
Hoje em dia digo fácil que pode vir o que vier. Já passei por tantas que, filha de guerreiro como sou, não tenho medo. Enfrento, desafio e consigo defender os meus, à mim e alcançar o conforto novamente. Ainda tenho problemas para simplificar redemoinhos. Mas graças a Deus certas pessoas me falam coisas certeiras sempre que é necessário. Pessoas que já deveriam ter saído da minha vida há tempos, mas que nunca pude deixá-las ir, tamanha importância. Elas atuam como anjos, volta e meia.
Ainda preciso dar um pulinho na praia, afinal já me mostraram que ninguém caminha abandonado nessa vida. E como tenho pai e mãe, preciso agradecer a eles pela ajuda toda nessa minha jornada. Minhas flores mais lindas para Yemanjá, minha cabeça em agradecimento pelo amparo sem tamanho. Vamos ver como me saio agora nessa fase de andar pelas próprias pernas e fazer as coisas por mim. Pois, por incrível que pareça, é bem difícil pensar na minha vida como sendo pertencente somente a mim.
2 comments:
Sumidaaaa!! Feliz Ano Novo pra você!!!
Que bom que voltou a blogar, estava sentindo falta disso aqui já!
Sabe que este ano o Reveillon foi mais tranquilo, acho que também este ano será o da MINHA vida!!
Beijos!!!!!
'por incrível que pareça, é bem difícil pensar na minha vida como sendo pertencente somente a mim.'
eu li esse texto ontem e emudeci com essa frase. justamente o que sinto.
pensei tanto em você.
um beijo.
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