May 17, 2006

Cacos de vidro no meu jardim molhado

Quando a gente perde alguém que a gente gosta muito ou simplesmente ama, não há o que se fazer. O mundo dá uma reviravolta, o chão some, a respiração pára e o nó na garganta permanece durante dias e noites. Lembrar da pele dele, dos olhos dele, da boca, do sorriso, do jeito como segurava meu rosto e me olhava enquanto estávamos deitados juntos, enfim, tudo dói demais. Tudo é estranho, tudo é distante, tudo é frio e nada completa.
Já tinha acontecido isso antes. Mas dessa vez foi mais estranho. Sinto como se fosse deixada de lado, como se ele tivesse tomado outro caminho e eu ainda continuo aqui na bifurcação imaginando que rumo ele tomou. Pessoas que a gente ama quando partem nos tiram a vontade e o tesão pelas coisas cotidianas e corriqueiras, nos deixa com vontade de buscar algo maior pra nossa vida, mesmo que isso você já estivesse buscando ao lado da pessoa.
Amo esse cara, não vou esquecê-lo tão cedo. Mas vou ter que aprender a passar meus dias sem ele... Meu auto-respeito, amor próprio e sei lá mais o que são maiores e não conseguem suportar descaso.
Sinto como se tivessem desacoplado uma parte essencial de mim. Uma parte que dava equilíbrio aos meus atos. Uma parte que me segurava pra muitas coisas. Agora, sinceramente, não sei oq vai acontecer, não quero reviver passados obscuros que alguns presenciaram e sabem do que eu falo. Não vou ter recaídas sobre coisas que servem de alucinógeno pra uma realidade desbotada e nada indolor.

Nível de auto-suficiência: 0%

2 comments:

Lubi said...

Sinto isso todo dia. Essa dor, essa tristeza aguda. Que fere até a alma.
Estranho ser obrigada a transformar amor em não-amor, ou até mesmo naquele ponto morno, estável que traz segurança.
Todo dia a mesma coisa. Todo dia acaba.

Lubi said...

Todo dia. Mas, não o dia todo. Só quando o vento sopra em meu ouvido a sua voz doce, as nossas canções, ou quando minha visão se enche de seus olhos.
Choro. Vezes, de tristeza; outras de alegria. Por que amei, tanto, moço tão belo.