História do trem das 7:30

Acordei atrasada e acabei pegando o trem mais cheio do que o normal. Merda, viu. Quando a porta do trem abriu eu achei que apenas eu coubesse ali, mas depois de mim entraram mais 638 pessoas!!! (calma gente, força de expressão!) E entre as 638 estava uma velhinha sendo amassetada bem ao meu lado, com os olhinhos sofridos, o rostinho prum lado, o corpinho pro outro... E mais gente querendo entrar e talvez fazer a velhinha passar mal de tão apertado que ali estava. Daí eu não aguentei e gritei: "Meeeu! Que falta de respeito! Tem uma velhinha aqui!!!"; e uns manés que estavam tentando desesperadamente entrar voltaram e a porta fechou. Daí... chegou a hora da velhinha descer, logo na estação seguinte. E para a minha surpressa ela saiu do vagão enlatado como se fosse uma jogadora de futebol americano! A velhinha empurrou todo mundo com uma mão enquanto segurava sua borsetinha (adoro esse trocadilho) com a outra mão, rente ao corpinho fransiiiiino e cheeeio de vitalidade pelo visto! Moral da história: Se não te chamaram, fica na sua. E não menospreze as velhinhas do trem.

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Ah, outra coisa que me causou extrema indignação e não pela primeira vez. Dentro do trem existem cartazes para exaltar o qualidade do governo do Estado de São Paulo. Não seria nenhuma coisa absurda se não fosse o fato de vc sofrer durante um trajeto no trem por conta da falta de qualidade nos serviços. Aí, enquanto vc está sem respirar dentro do vagão, alguem coloca o cotovelo na sua cara, virando-a em direção ao cartaz escrito "Respeito pelo cidadão".
Bacana isso.

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Percebam que minha alma Dalailamesca está praticamente no fim. Agora estou mais pra Mafalda, como usualmente.