Despedida!

Ontem quando estava voltando pra casa do trabalho percebi que aquela seria a última vez que estaria fazendo aquele caminho. Percebi que não seria tão cedo que novamente passaria na rua da estação, na frente do bazar da D. Lídia, da padaria da Ana, da loja de revelação do Seu Zé ou da lavanderia do Alcides. Nunca mais compraria pizza na Toca do Tatu ou iria no mercado do Mendonça. O salão de beleza, onde tem uma manicure espetacular e um cabeleireiro divino, não seria mais na frente de casa; estaria bem longe pra sempre ligar em cima da hora e dizer "Tim! Pelo amor de Deus! Dá um trato no meu cabelo que hoje tem saidinha!!!", duas horas depois eu já estava pronta, de cabelo perfeito, chamando o Tim pra ir jogar sinuca na Lapa comigo!
Percebi que queria passar em todos esses lugares, dizer às pessoas um 'muito obrigada' e um 'até logo', talvez ainda comprar algo com eles, pela última vez e quem sabe, no caso da D. Lídia por exemplo, dar uma flor de presente. Mas sendo tantos lugares, como poderia? Em apenas uma noite, impossível! Esse é o problema de morar num bairro tão aconchegante e acolhedor quanto o meu ex-bairro. Você pega carinho pelos velhinhos com quem cruza de manhã na rua, aqueles que te dão um bom dia caloroso sempre e que pergunta da sua família se te encontra na feira. Pega carinho também pelos vizinhos que sempre te ajudaram e o mais incrível, pela zeladora do prédio, que nos 5 ou 6 anos fez tudo por você e pela sua família, que se despede de você com lágrimas nos olhos e dizendo que foi abençoada por ter te conhecido. Você sai do prédio chorando e ouve ela gritar do portão 'Clarissa! Te amo!'.
Bom, hoje é a mudança. Muitas saudades dos bairrismos que eu sempre achei muito engraçados e toscos! Admito que fui pega de surpresa...