September 11, 2006

Conturbações//Definições//Forças//Desvontades//Inércia maldita

É impossível ir em frente com âncoras nos prendendo e nos atrapalhando. Já dizia o horóscopo.
Minhas âncoras são invisíveis, mas bastante reais. Âncoras verdadeiras, velhas, enferrujadas. E como uma porta emprerrada pela ação do tempo, um pouco mais difíceis de serem restauradas. Mas não impossíveis. Fico pensando nisso tudo onde é que os conflitos deixam de ser por causas hormonais e passam a ser de inércia, de falta de foco, de falta de vontade. Essa minha habilidade enorme de tentar se sentir bem mesmo com tudo aquilo que me incomoda é algo extraordinariamente estúpido e desmotivador. Vem à cabeça aquela história de ter as ferramentas para dar certo. Mas como podemos usá-las adequadamente quando nem sequer sabemos onde queremos chegar? Hoje, estou em casa. Ontem mal consegui dormir com várias questões atucanando a minha cabeça. Passei mal. Tenho dores de cabeça. Veio a tarde da gula ontem e a vontade de morrer só um pouco e por alguns momentos hoje. Vivo no turbilhão que sempre quis, mas não acompanho como gostaria. Tão metódica e tão sem nexo.
Não sei por onde começar. Não sei se estou no cominho certo. Mas no fim das contas, como já disse tantas outras vezes, viver os "se´s" não é viver. Viver imaginando não é viver. Viver um pouco menos não é como viver completamente. É impossível ser algo, mas só um pouquinho. Nenhum conceito é formulado por meias idéias. Nem eu. To me sentindo bem cansada, mas ao mesmo tempo sei que é o tipo de cansaço que se eu agir ele some. Como um movimento coordenado, metódica, mecanizada, juntado por arruelas e parafernalhas que não sei explicar, mas que sei que uma puxa a outra.
Esses dias tive uma capacidade enorme de não me dedicar às coisas que eu quero. De não ouvir às pessoas que amo. De não me permitir fazer coisas que eu quero. De não deixar espaço suficiente para ser quem eu quero ser. Hoje, olhando no espelho, não vejo a Clarissa que eu gostaria de enxergar. Chego num ponto que sei que as pessoas também estão passando a enxergar essa Clarissa indesejada. Ela transparece, toma conta, mas não deveria. Eu deixo. Mas não deveria. Não quero mudanças abruptas agora, minha cabeça dói, meu coração bate dolorosamente, as palavras saem como que se nem soubessem o porquê de saírem e eu preciso ir aos poucos para não me atropelar. Denovo. Não posso dizer que não é nada demais, mas posso assegurar que logo estará tudo nos eixos. Eixos, arruelas, parafernálias mil... mas tudo em mim.

4 comments:

Anonymous said...

Olá, saudades? eu sim!!!
Percebo que a primavera não está me modificando e sim modificando Tudo e TODOS à minha volta!
Espero que mesmo assim vc esteja bem, eu amadureci em 10 dias o que já levei um ano pra fazer....rs
Mas é assim, agente cai, levanta e vai aprendendo, amei seu comentário, vou ver o que faço nem sei que raio de indicação é esta;;;hahaha, vou me atualizar!
Beijos

Aly said...

E que conturbações!




Não se pode contemplar as estrelas se tens uma pedra no sapato.

Anonymous said...

O bom disso tudo quando a gente consegue entender ou, pelo menos, tentar entender o que estamos sentindo. Ainda bem que vc tem instrumentos...ainda bem que vc consegue "instrumentalizar a angústia", por isso somos seres humanos...
E que suas arruelas e eixos estejam sempre prontos para suportar tudo: suportar você!

P.S:Falei coisa com coisa? É que andei me sentindo assim esses dias...cheio de parafernálias mas sem coragem.

Anonymous said...

*O bom disso tudo é quando...