Tudo sempre foi muito fácil e ela não podia culpá-lo por pensar que apenas com um recado mandado ela ligaria pra ele mais do que rápido. Claro que não poderia culpá-lo, afinal fora uma atitude sua constante no passado. Sua principal atividade era trocar-se por ele. Bastava um estalar de dedos e lá estava ela. Solícita, sozinha, desgarrada, junkie-lover, sem rumo e sem perpectivas. Mas o tempo passa.
O tempo passa sim. E novas coisas acontecem, como era de se esperar. O caso é que agora, depois de meses, depois de cuidados renegados, companhia renegada, amor renegado, solicitude renegada e garra regenerada, ela não estava mais disposta a encarar seus chamados com a alma tão aberta, na realidade sua alma fora fechada para ele da última vez em que ele a acertou em cheio, fazendo-a sangrar, dilacerando seus órgãos e a largando num canto qualquer. Sua alma se fechou no instante em que ele a fez pensar que não suportaria mais, tanto que pensou que voltaria aos atos fuckin brokens e aos surtos art-bitch.
Mas aconteceu o contrário. Por um tempo ela se fechou sim, precisava de uma bela reestruturação, teve problemas com sua auto-estima e graças ao suporte vindo dos lados mais inesperados, ela sobreviveu ao ataque de um leviano. Continuando a viver teve vontade de reencontrá-lo, sem saber qual a razão, talvez um vício mal curado ou apenas compaixão por aquele que tanto mal havia feito à ela. Não existem pessoas que pegam compaixão pelos seus sequestradores? Pois então.
Segurou-se, reergueu-se, caminhou, lutou, rezou, lavou a alma, fez até um ritual do desapego e aceitação. Saiu de casa um dia com seu salto mais bonito, com seu coração brilhante de tão bem cuidado que havia sido e com a maior das vontades: encontrar alguém que valesse a pena. Um mês se passou, dois meses e antes que o terceiro mês de um processo doloroso e prestes a ser fechado, ela conhece aquele que passou a encantá-la, a reconhecê-la, a beijá-la e despertar nela uma admiração que há muito pensara ser incapaz de sentir novamente. Ela conhece aquele que passa a ser uma versão revisada e ampliada dela mesma. No sentido restrito de no amplo também. Realizada.
Fechou um ciclo, isolou uma área com fitas amarelas, fez marcas em volta dos cadáveres com fita crepe no chão, lacrou as portas com tábuas de madeira e pregos grandes, asfixiou o passado e esqueceu propositalmente de cultivar a antiga compaixão ao outro. Heis que agora me passam um recado, como tantas outras vezes. A atitude mecânica seria correr ao telefone. Mas não, obrigada. Dessa vez eu tomei uma atitude racional, limpa, clara, desprovida de compaixão e mesmo se ligasse seria pra dizer que esta porta não abre mais pra você. Rezei pela última vez a oração de São Jorge à você. Rezei ao nosso padroeiro para que acontecessem coisas boas e lindas na sua vida, para que você me deixasse viver, não me buscasse, esquecesse e aceitasse que a jornada rumo ao desapego do vício foi longa, mas que agora está completa. Criei imunidade. Criei uma parede, barreia, muro de Berlin, não interessa, criei sim alguma coisa que fez com que eu estivesse de um lado, seguindo e vc do outro. Longe. Lá. Alma lavada e pensamentos unificados. Obrigada, mas não aceito devoluções. Obrigada, mas agora sei que no meu jardim molhado provavelmente não há mais cacos de vidro.
O tempo passa sim. E novas coisas acontecem, como era de se esperar. O caso é que agora, depois de meses, depois de cuidados renegados, companhia renegada, amor renegado, solicitude renegada e garra regenerada, ela não estava mais disposta a encarar seus chamados com a alma tão aberta, na realidade sua alma fora fechada para ele da última vez em que ele a acertou em cheio, fazendo-a sangrar, dilacerando seus órgãos e a largando num canto qualquer. Sua alma se fechou no instante em que ele a fez pensar que não suportaria mais, tanto que pensou que voltaria aos atos fuckin brokens e aos surtos art-bitch.
Mas aconteceu o contrário. Por um tempo ela se fechou sim, precisava de uma bela reestruturação, teve problemas com sua auto-estima e graças ao suporte vindo dos lados mais inesperados, ela sobreviveu ao ataque de um leviano. Continuando a viver teve vontade de reencontrá-lo, sem saber qual a razão, talvez um vício mal curado ou apenas compaixão por aquele que tanto mal havia feito à ela. Não existem pessoas que pegam compaixão pelos seus sequestradores? Pois então.
Segurou-se, reergueu-se, caminhou, lutou, rezou, lavou a alma, fez até um ritual do desapego e aceitação. Saiu de casa um dia com seu salto mais bonito, com seu coração brilhante de tão bem cuidado que havia sido e com a maior das vontades: encontrar alguém que valesse a pena. Um mês se passou, dois meses e antes que o terceiro mês de um processo doloroso e prestes a ser fechado, ela conhece aquele que passou a encantá-la, a reconhecê-la, a beijá-la e despertar nela uma admiração que há muito pensara ser incapaz de sentir novamente. Ela conhece aquele que passa a ser uma versão revisada e ampliada dela mesma. No sentido restrito de no amplo também. Realizada.
Fechou um ciclo, isolou uma área com fitas amarelas, fez marcas em volta dos cadáveres com fita crepe no chão, lacrou as portas com tábuas de madeira e pregos grandes, asfixiou o passado e esqueceu propositalmente de cultivar a antiga compaixão ao outro. Heis que agora me passam um recado, como tantas outras vezes. A atitude mecânica seria correr ao telefone. Mas não, obrigada. Dessa vez eu tomei uma atitude racional, limpa, clara, desprovida de compaixão e mesmo se ligasse seria pra dizer que esta porta não abre mais pra você. Rezei pela última vez a oração de São Jorge à você. Rezei ao nosso padroeiro para que acontecessem coisas boas e lindas na sua vida, para que você me deixasse viver, não me buscasse, esquecesse e aceitasse que a jornada rumo ao desapego do vício foi longa, mas que agora está completa. Criei imunidade. Criei uma parede, barreia, muro de Berlin, não interessa, criei sim alguma coisa que fez com que eu estivesse de um lado, seguindo e vc do outro. Longe. Lá. Alma lavada e pensamentos unificados. Obrigada, mas não aceito devoluções. Obrigada, mas agora sei que no meu jardim molhado provavelmente não há mais cacos de vidro.
5 comments:
Graças a Deus eu nem preciso te falar nada. Voce aprendeu a lição e cresceu com ela. Otimooooo!
Ps: O Charles gostou e aprovou o namorado... Muito Hilário!
SE TIVESSE LIDO ISTO HÁ DIAS ATRÁS, QDO TE DISSE QUE NÃO QUERIA QUE VC FOSSE NAQUELE LUGAR SOZINHA...
JÁ EM SEU 1º PARÁGRAFO ME ACALMO, E C/ CERTEZA, DE OLHOS FECHADOS, SEI QUE FECHOU A ÚLTIMA PORTA...
TE AMO CLARIS!
obs: TENHO DUAS GATAS DESSA COR AÍ DA FOTO!..rs
UM BEIJO PRA PONY E PRA JULY !!!!!
1 MINUTO DE SILÊNCIO PÁS MULÉ BEM COMIDA DESSE MUNDO, POR FAVOR.
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Depois eu explico isso.
O sapo criou asas e explodiu... ppaarraabbéénnss guria - pela explosão e pela nova conquista... bjo
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